Menino ainda, moleque inquieto
Dos folguedos gostava da infância
“Doente é menino, parado, quieto,
Frangote do bom tem muita ânsia!”
Essas e outras escutava o dia todo
De minha mamãe por demais querida
Que peneirava e me passava o rodo
Se eu fizesse alguma coisa atrevida
Brincava comigo quase o dia inteiro
Sempre com seu jeitinho maroto
Ela não tinha nenhum companheiro
Eu carecia da presença d’outro garoto
Uma brincadeira que gostava bastante
Um procurando o outro, dentro de casa
Ou no quintal ou na campina verdejante
Um se escondia, outro procurava à rasa
Assim que eu chegava da minha escola
Pegava logo mamãe e a puxava a valer
Ou eu ficava o tempo todo em sua cola
Até ela vir brincar comigo de esconder
Até que um dia, chorosas, vieram vizinhas
Trancaram-me no quarto logo a me isolar
Ao perguntar pela minha amada mãezinha
Todas elas disseram: no céu foi passear...
Soube depois, que de um grave acidente
Ela não aguentou e veio logo a sucumbir
Quando ao puxar água num balde pendente
Não suportou o peso, na cacimba veio cair
Atualmente me lembro e logo fito o céu
Vendo as estrelas todas querendo acender
E grito forte, minha voz ecoando ao léu:
“Vem, mamãe, vamos brincar de esconder!”
Rui Paiva
Comentários
As emoções mais incríveis nos fizeste sentir neste poema.
Penso que não tem coisa mais terna que o brincar da mãe com seu filho.
Lindo poema, Rui. Feliz momento de inspiração.
Parabéns! Abraços.
Rui, seu poema muito me emocionou!
Linda poesia em todo seu versejar, de forma
simples,mas que tocou profundamente
minha alma, também saudosa da mamãe!
Bjs..
Meu Deus! Que lindooooooooooooooooooooooooooooooooooo.... Muito mesmo Rui, me emocionou. Obrigada! Abraços.
Inspiração de primeira, oriunda do apetite. Cumprimentos!