Enlevo do Amor
Não te aniquilas pela ingratidão alheia
Tampouco deixa inerme a dor na alma
Tudo escorre tal qual das mãos a areia
Apazígua, pois, assim chegues à calma
Correm os rios serpeando entre acidentes
Delineiam-se as serras ante o azul celestial
Inclinam a árvore tempestades prementes
Embranquece a mataria no período estival
Nada sobrevém do acaso, se te apascentas
Há uma instância de ordem ultra-superior
Se isto te serve de consolo, se te acalentas
Mas inquire-te, mesmo a teu próprio favor,
Do mal que cometeste ou por acaso te isentas
Das forças contrárias ao grande enlevo do amor
Rui Paiva
Comentários
Um soneto para aplaudir de pé com um mensagem mais que bom e forte, triste, belo...
Bravo!
Espectacular, querido Rui.
Abraços!