Florindo, de novo...

 
    Florindo, de novo...

Num tempo ausente de sorrisos, em lençóis brancos dormes, 
mas, ah, suada saudade de esperas sossego não te dá.
Presa aos pés da cama 
te resta navegar por noites frias de carência... 
Querias não!
 
Nas águas do seu desencanto, derivas. 
Por gélidas marés quase rebentas. 
Em turbulências devolves lembranças, e... pra seu castigo só saudade não afunda. 
 
Cansada, adormeces.
Remanso da madrugada vem te olhar tranquila,
eliminando na mansidão do silêncio, perigos que te afastam da vida.
Vez liberto, teu cismado coração vai soltando ao vento disfarces de ilusões. 
 
 Importa não, que agarrada no pulso do tempo, efêmera felicidade venha.  
 Se ela grudar em teu colo a beleza singular do existir...
 Amanheceres em lírios te dar...  
 Desérticos jardins amanhar... 
 De novo, por dentro, vais florir.
 
 
Marisa Costa
 

 
(*) Imagem: Google
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Comentários

  • Dom e habilidade não se discutem, deve-se unicamente, aplaudir. 

  • This reply was deleted.
    • Muito linda você, Nataly! Obrigada pelo seu carinho em minha página. Proucurei seus escritos, mas não encontrei. Onde estão pra eu poder curtir. Grande abraço. 

  • Uma das mais belas e boas prosas poéticas que li, menina...

     Fico com a bocaaberta.

     Obrigada por compartilhar.

     Parabéns e a seus pés, grande poeta!

    Beijos!

    3596069?profile=original

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CPP