Mil olhos diferentes

São mil olhos diferentes


azuis, castanhos e pretos


incolores e até cinzentos.


São olhos que gritam


apertados na multidão


cabeças de gado, ermitas


que lutam por uma côdea de pão.


Providos de uma alma poética


o sangue corre como lava


nem mesmo a rima simétrica

o ronco do estômago apaga.


Todos diferentes, todos iguais


são crianças descontentes


com presentes artificiais.


O sangue é lágrima que corre


sobre um corpo enfraquecido


eles são ouro, eles são cobre


eles são povo destemido.


Entupidos na multidão


afogados nas incertezas


de uma mina de carvão


inspiram as tristezas.

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Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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