São mil olhos diferentes
azuis, castanhos e pretos
incolores e até cinzentos.
São olhos que gritam
apertados na multidão
cabeças de gado, ermitas
que lutam por uma côdea de pão.
Providos de uma alma poética
o sangue corre como lava
nem mesmo a rima simétrica
o ronco do estômago apaga.
Todos diferentes, todos iguais
são crianças descontentes
com presentes artificiais.
O sangue é lágrima que corre
sobre um corpo enfraquecido
eles são ouro, eles são cobre
eles são povo destemido.
Entupidos na multidão
afogados nas incertezas
de uma mina de carvão
inspiram as tristezas.
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Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
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Comentários
Felicidades
Besos.
Você transborda uma linda inspiração. Gostei muito. Um forte abraço.
Belíssimo, Cristina! Mais uma vez, leio seu poema e me encanto
com a veracidade dos seus versos! Bjs.
Oh! amiga obrigada, beijinho.