Quando a lua me chamou de irmão
Moribundo e perdido nas ruas
me deito e cubro com as mãos
no chão que me acolhe com ternura
chega a lua e me chama de irmão.
Meu irmão encosta-te a mim
que a fogueira aquece um condado
não sei se te lembras de mim
vivias na rua e embriagado.
Aproxima as mãos das braseiras
e colhe o pão do meu regaço
sente o cheiro da fogueira
dá-lhe um beijo e um abraço.
Enche a barriga de quentura
porque a noite já lá vai
ficas tu mais a lua
porque a rua não tem Pai.
Vem ter comigo sempre de noite
porque a tua lua não dorme
tenho irmãos nos bancos das ruas
à chuva e cheios de fome.
Comentários
Cristina, belíssimo poema! E, nesses momentos de solidão e descaso
de muitos, quão necessária é essa companhia de ternura e calor!
Um grande abraço, Cristina!
Belíssimo!!! Parabéns Cristina, seus versos retratam uma realidade em que muito se fazem de cegos, mas está aí pra quem quiser ver!!!
Impacta e fere olhar a imagem e lir teus doces, ternos e mais que sensivels veros, querida Cristina.
Agora aquí chove, faz frío e vento forte. Há neve nas montanhas...
Confio nos grupos de ajuda- ONGs- Policia... etc.. para que não deixem a nenhum dos que existam aqui nas ruas, nos bancos... Se faz uma boa tarefa tanto desde os sites oficiais como dos voluntários. Deus quera, Deus quera... Porque até na minha casa, com teto, paredes e janelas, entrou a água da chuva com força. E gela...
Descreveste uma situação terrivel com muita elegancia e tato, beleça imensa ... Difícil em situacões como esa.
A teus pes, poetaza .
Tua capacidade e talento são impresionantes.
Belo día.
Beijos.