Borboletas nascem voando...
Era uma vez os nossos amiguinhos e irmãozinhos Joãozinho e Maria que sentados no pequenino toco de árvore na horizontal, este tronco morrido de morte desconhecida, diziam os palpiteiros que de velhice ou doença.
Lá os dois relaxados ao sabor da brisa amena, respiravam perfumes dos jardins do Castelo da Primavera de flores coloridas. Os assuntos diversos e dispersos descompromissados nas vozes de crianças de verdade.
Joãozinho um menino esperto e observador, ao seu redor a tudo que via comentava sem pudor.
-Olha ali Mari aquela árvore, é de acerola...
-Bobo, eu sei. O que a acerola tem de bom...
-Boba, vitamina C , cura gripe...
-Acerola tem uma cor vermelha, muito legal, já tomamos suco dela, você se lembra
-Claro que me lembro Jon...muito gostoso...
Ali no prosear informal sem adversários ela era Mari e ele era Jon, apelidos carinhosos dos tios.
Corriam em pique esconde, disputavam a vez de quem no caça borboletas seria o primeiro, e de modo peculiar. Quem risse primeiro, perdia a aposta e a vez.
Mari concentrada e séria levava vantagem sobre Jon que não suportava a pressão e ria primeiro.
Quando pegavam uma borboleta contavam um ponto, e logo libertavam ao ar voar, sem antes seus olhos brilharem nas asas multicoloridas, que remonta imaginações.
Irmãozinhos desajeitados para caçar, já houvera empate de Zero a Zero, nenhum deles nada pegara das dezenas de borboletas no revoar e criar a instabilidade espacial e temporal.
O maior placar foi de dois a um para Jon, um ágil desajeitado. Após este brincar os espontâneos exercícios físicos, retornavam ao toco para descansar.
Certo dia Jon, como de hábito sentado no toco de árvore, com sua irmã, olhava os jardins percorrendo com seus olhos de águia, cada detalhe da vegetação. Eis que de repente captou como uma câmera fotográfica, mas que isto, um telescópio interestelar, indiscreta até, o desprender de uma borboleta do casulo, com asas já secas, arremeteu aos sentidos uma ação histórica, ao fazer o seu primeiro voo. Gritou para Mari...
-Olha ali irmãzinha, uma borboleta nasceu...
Mari, infelizmente, não assistiu ao milagre.
Nesta mágica tarde, o entardecer quer esconder o calor do sol, e quer brindar a noite fria de luar. Os dois caminham a casa, saudades e fome do jantar, o lanche que levaram na cesta nada sobrou.
A mãe já providenciara o banho, roupas limpas e jantar.
Chegaram e os dois iniciaram um falatório na cozinha, falavam ansiosos ao mesmo tempo, que confusão, então a mãe gritou alto.
-Por favor, parem, fale um de cada vez, já estou preocupada.
-Mãe, eu não quero mais ser bombeiro...
- Tudo bem Jon, o que te fez mudar...
-Uma borboleta nascer, é um milagre...mãe..
-Jon, sim, é um milagre da natureza e Deus aprova. Todos os seres nascem de certa forma...
-Mãe, mas a borboleta nasce e já sai voando, ela não tem uma mãe para ensinar a voar.
-Jon, vou te explicar como é um ciclo de vida de uma borboleta.... Entendeu?
-Entendi, mas não quero compreender, eu quero estudar sobre as borboletas...
- Jon, a profissão que estuda e pesquisa os insetos é o Entomologista...
-O quê, Lepidopterologia ... não sei falar esta palavra...e borboleta não é inseto...
-Depois do jantar eu explico outra vez. Borboleta é inseto, porém os cientistas destacam as borboletas em suas pesquisas por sua beleza, por suas asas coloridas, por sua importância para a natureza....
Aí, Mari entra na conversa.
-Mãe, eu não quero ser mais enfermeira não...
- Minha filha, o que ouve. Você também quer ser Entomologista...
-Não, não quero ser o que o Jon será...
-Me diga então qual a nova profissão você deseja para sua vida...
- Mãe, quem estuda a natureza o que é...
-Mari, tem muitas profissões e ocupações que tem relação com a natureza...
-Mãe, estudar toda a natureza, as plantas, as montanhas, as flores. Adoro brincar nos jardins...
-Filha, começa com a Biologia, mas há também a Ecologia, Gestão Ambiental....
-Mãe, tudo isto também estuda as borboletas...
-Filha, estuda sim, de formas diferentes. Vamos jantar, depois a gente conversa todos juntos com seu Pai.
No dia seguinte, Jon e Mari retomam a rotina de brincar de amor nos jardins do Castelo da Primavera, descansam os corpos no toco da árvore, amam as borboletas na magia da beleza, olhos de águia quer rever o nascer de uma Borboleta, estas voejam nas mentes destes irmãozinhos.
-Mari, olha ali que lagarta grande, ela come folhas verdes ....
-Jon, deixa a lagarta lá, olha o que estou vendo. Aquela borboleta de todas as cores, está sugando a flor...
“Sem mesquinhez “, “falsidade”, “ciúme”, bobo orgulho e “empatite crônica”
“Eles sonham como crianças e pensam como gente grande”
FIM
Antonio Domingos Ferreira Filho
16 de março de 2019
Comentários
Amigo poeta Antonio
linda historia lembrei de minha infancia fui e sou apaixonada por animais
então fiz Biologia para estudar natureza , as pedras ,os animais ,as plantas
foi tempo bom amei ser biologa