A POEIRA DOS SILÊNCIOS
Na poeira dos silêncios esfarrapados
Penduram ecos e brados desgarrados
Balouçam e gemem breus engelhados
Soam ao longe como truncados e
Uivados lamentos apiedados
Das minhas dores saturadas o corpo em
Metástases sacode-se quase vergado
E depois das palavras expurgadas o tempo
Fenece num segundo altercado
Quem me lapida estas lágrimas provindas
Deste imenso silêncio tão abismado
Frederico de Castro