Despedida

 

Enquanto o teu corpo arrefece

Aquece o sopro da minha poesia

Levo-te no colo de uma prece

Beijo-te a alma que me alumia

Sou filho da tua carne ausente

Que me chama para junto de ti

Vejo-te a sorrir na minha mente

Lá do alto da nossa montanha

O vento sacode a tua chama

Que teima em não se apagar

Caminhas suave e ao relento

Não te ouço ao menos gritar

Queria estar no teu lamento

Abraçado ao refluxo do teu ar

Sou filho do teu olhar que cai

Em gotas amargas me dissolvo

Não quero que me vejas chorar

Quero-te serena e consciente

Forte determinada e amorosa

Segura de ti e do teu presente

A terra transformará o teu ser

Morrer não representa tristeza

Apenas uma só e breve ausência

Sentida e apertada pelos nós

Que em breve será a certeza

De nos podermos ver a sós 

 

 Mongiardim Saraiva

 

 

 

 

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