Posts de Diego Tomasco (230)

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Convite para o inferno

Sou vulnerável á manipulação, não tenho ideia até onde chega o limiar entre a verdade e a ilusão, velhos ecos de esperança ainda me perseguem,

Acelero, sinto que estou atrasado aperto o passo e vejo que já começou, os convidados estão chegando e nos odeiam, se não cherassem mal teríamos nos divertido,

A presença de nossa ausência será sentida,

Me diz que tudo vai ficar bem ...

Diego Tomasco.

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Moedas de latão

 Quem dera termos sonhos coletivos e se perder nós labirintos da vida, não podemos ser salva vidas á distância,

Certas coisas não esperam, e o conformismo contamina a alma, a melancolia aterriza de noite e nos deixa algumas moedas de latão,

Quem dera adquirir muletas para a alma e desconectar o tempo, viver entre vozes e muros, cultivando o silêncio e evocando essa tímida ilusão,

Certas coisas não esperam...

Diego Tomasco.

 

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Relíquias

 Hoje talvez seja um bom dia para não estar só, tenho uma sombra que se desprende querendo dizer algo, 

Mais também há coisas inertes como tenues cadáveres envelhecidos em caixões de carvalho, 

Hoje tenho histórias que não contei porque ainda não vivi e se encontram num futuro muito distante, 

Mexo em meus estantes, mais a voz da experiência que ainda me falta me diz que isso pode ser mortal,

Hoje minha casa e meus fantasmas são relíquias compulsivas, como restos de espectativas esquecidas num baú...

 

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Guri estranho

 E estranho esse guri de olho sempre fixo no nada, fica viajando preso a coisas que não se enxergam, dizem que nunca sai de casa mais talvez não seja verdade,

E como alguns dizem, pra viajar não precisa sair de casa, quando tinha que arrumar desculpas por se sentir deslocado simplesmente falava mexendo a cabeça dizendo apenas sim ou não, 

Tá na moda condenar ou " cancelar" mais pra que se preocupar quando nada disso faz diferença, quando se botam tantas coisas de lado, os sonhos que a mente libera podem ser mais interessantes,

As vezes a simplicidade nos ensina muito mais que filosofias de vida, fazer carinho num cachorro, dar bom dia, conversar com um desconhecido, rir das próprias tragédias pensar que ser simples e melhor do que ser rico na miséria,

E estranho esse guri, porque não vê mais enxerga, sente a velocidade da vida e o desgaste da materia, voa sobre as margaridas reluzentes do campo, sente esse perfume da flor e do acalanto, 

Balança no balanço, corre na primeira relva da primavera, sente a brisa que o carrega e quando acorda pensa que toda sua vida foi um sonho , uma brincadeira...

Diego Tomasco.

 

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Velho futuro que não chega

 Triste novidade de um velho futuro que não chega, dando vez á esperança que sempre se atrasa, somos um ninho sem passaros, somos cegos com vários pontos de vista,

A realidade assombra quando lembramos do passado, e a pior guerra acontece em tempos de paz, pronto agora e só jogar essas velhas coisas fora e aliviar a  mochila que está cheia de vaidades,

Espero esses planos que ainda estão vazios mais com muitos  enganos, como espectativas gigantes que vão nos frustrar,

Não há mais razão quando a irracionalidade nos persegue, não há mais perdas quando estamos perdidos...

Diego Tomasco.

 

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A Fada e o caracol

 A vida é um instante e nada mais,

Eu vi uma fada esses dias ,

Ela estava escondida,

Numa casca de caracol, 

Cheguei perto e ela fugiu,

Talvez tenha mais medo que o rouxinol,

Que olhava e cantava,

Sem entender que tudo ,

Também e nada,

A vida é um instante e nada mais...

Diego Tomasco.

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Bolhas de sabão

 Tudo vai desvanecendo como bolhas de sabão e a realidade é muito pouco, prefiro sonhar, as minhas alucinações são teimosas como subdelirios que vão e vem inutilmente,

A esperança pode ser um alento mortal, como um adiantamento de ilusões que vão cobrando a realidade a longo prazo, 

Tudo é uma equação com várias incógnitas com ansiedades e absurdos previsíveis, chega de apertar esses gatilhos e de enxugar a última lágrima que cai do rosto, 

Não existem planos nem amanhãs, prefiro sentir o mundo tremendo com minhas mãos apoiadas nos joelhos, tantos rostos com máscaras frágeis, tantos amores que caducam, tantas vergonhas, tantos mostros interiores,

Tudo vai desvanecendo como bolhas de sabão...

Diego Tomasco 

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Magaly

Saistes para vender solidão, porque não á nada mais atroz que ser feliz,

Como recolher novamente essas palavras mal faladas e carregadas de inocencia,
 
Deixastes teu perfume na minha cama Magaly,
 
Hoje sacudimos o pasmo e o espasmo, deixando o marasmo nas nossas memórias,
O tempo passa e nos atravessa como espada deixando restos de esperanças guardadas num baú,
Agora perdi teu rastro num infinito de pegadas sem saber quando cheguei nem quando saí,
 
Deixastes teu olhar na minha alma Magaly...
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Divagações à beira da lareira

 Não posso impedir esses relâmpagos eles me assustam, prefiro o crepitar do fogo, enquanto derretem meus neurônios penso que não existe meio termo entre a melancolia e a solidão.

Eu vi as pessoas me olhando como se soubessem que tenho essa estranha abilidadde de estar num lugar e não estar ao mesmo tempo, o absurdo tem pé e tem cabeça e o mundo da lua costuma ser um lugar seguro.

O fogo aquece meus pés, mais não a alma, ainda espero esse último mesías e sei conviver com certas frustrações,

Não posso impedir essa tormenta, entendo o caos que trás o acaso e vou sobrevivendo, o talvez e algo tão distante do meu horizonte que já não sei como esperar, a fuga costuma ser um refugio de memórias escondidas dum passado que não passa.

A lenha e a lareira, 

Tua presença na fogueira,

Teu descarte e o descalabro,

Esse algo que não espera,

Esse inverno que não dá trégua,

E o agora , 

 E o amanhã ,

E o ontem que não passa...

Diego Tomasco .

 

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Palavras ao azar

 O que eu tenho a oferecer e uma coisa artesanal ,

Faço pontes de papel ,

Continuarei tropezando sempre na mesma pedra,

Terei que aprender que tipo de perguntas devo  fazer,

A profundidade é extremamente genérica,

E minha visão de mundo e muito endêmica,

Faço pontes de papel,

Entendo a simetria do quão longe é o caminho,

E como farei daqui pra frente,

Para retirar tantos espinhos...

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O relógio de areia

 O nada continuara sendo nada se não tiveres um pouquinho de amor para dar, 

Contaremos o tempo com esse relógio de areia e veremos o mundo desaparecer, o equilíbrio tênue entre o acaso e o destino e uma linha invisível,

A saudade durará duas semas se não tiveres um pouquinho de amor para dar,

Seguir em frente, brigar, insistir, lembrar que as vezes a filosofia barata e mais sabia que a convencional,

A vida não será nada se não tiveres um pouquinho de amor para dar...

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Ensaio sobre o nascimento de um demônio

 O preço a ser pago por um desejo pode ser o fim amargo de uma ilusão, e o desastre é voltar sempre pro mesmo lugar, 

Quando Alexander se deu conta já estava no meio de uma lama singular, naquele ponto de não retorno tudo o que e garantido te prende ao sistema, 

E o sistema é diabólico pois vibra em coordenadas sutis, e te cega pro que realmente tem valor, dar a resposta pra incapacidade e algo aterrador, 

Pra Alexander era tarde demais, já perdera todo o espaço pro seu ego e o poder e um veneno quando mal utilizado, um homem cansado e monótono pode atravessar esse último fio de moralidade escondida ,

Trêmulo aceitou a transformação, já não havia assombro nem peso na consciência, tudo era efêmero e vulnerável , o rasgo definitivo começou com narrativas existenciais e acabou num deserto de abandono,

Alexander já era um demônio, sua figura era uma presença perdida entre a morte e o protagonismo do imediatismo, recorreu esse largo processo de palavras e silêncios, de espantos fulminantes e essa imensa escuridão, uma eterna muralha lúgubre e cheia de marasmo,

E somente isso que permanece...

Diego Tomasco.

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Novidade repetida

 Porque tenho tantas dúvidas?

Talvez eu seja a própria dúvida,

Quero muito meu ouvir e o céu que eu espero ainda não e meu,

O talvez e algo tão surreal quanto sentir que estamos fazendo algo grande, 

Não combino com nada, 

Sou apenas uma novidade repetida...

 

 

 

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Manhãs desabitadas

 Desejo iluminar os recantos profundos onde ninguém chega, quero ser essa  última luz trazendo a primavera,

Prefiro saber que os sonhos não esperam ,existe algo entre esses papéis com minhas linhas mal escritas e um  amanhecer queimando nesse fogo de razão e realidades pre determinadas,

Já não e possível essa miséria desolada e decadente que se esconde como um assassino a solta, comprendí o que á de trás dessa cortina de fumaça,

São segredos e verdades transparentes e desabitadas, como manhãs migratorias de pura solidão...

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Presságios em suspenso

 

Mundo esplêndido de viajantes é nômades, feroz em seus desterros , dócil e brutal,

Tão longe fica esse universo, remota realidade que reclama outros horizontes,

O remoto tantas vezes se aproxima que o infinito fica em suspenso,

Encontrarei presságios e sinais nesse âmbito desolado de muros e cinzas que remetem á uma fábrica de olvidos,

Saberei encontrar destinos pendurando a solidão nesse cabide de tédio e nostalgias ,

Não lembrarei desse passado estéril nem escutarei esse antigo gemido que desliza suave entre memórias oxidadas,

Não importa esse rancor dessolado quando os sonhos espantam esse orgulho invisível,

Mundo esplêndido que contempla o silêncio,

Formulando perguntas sem respostas...

Diego Tomasco.

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Terror no DOI COD, crónica de um desaparecido

 'Este conto e fictício, tanto quanto seus personagens".

 

"Que as lembranças nunca morram nem dentro dos justos, para que nunca mais aconteça, nem dentro dos assassinos para que lembrem sempre do mal que fizeram ".

                                                                    O autor.

Segundo a CNV (comissão nacional da verdade) instaurada em 2014 pela então presidenta Dilma Rousseff 191 pessoas foram asasinadas e 243 encontram-se desaparecidas, mais de 20 mil foram torturadas no período de instauração do golpe militar de 1964 , sendo que a grande maioria ocorreu durante o regime. 

A partir de 1968 começavam os piores anos da ditadura, também chamados de anos de chumbo, tanto o DOI CODI quanto o DOPS prendiam, torturavam e matavam todos aqueles considerados "subversivos" ou antagónicos ao regime. A maioria destas pessoas eram jornalistas independientes, estudantes e trabalhadores.

Dona Yolanda era mãe solteira de quatro filhos, três homens adultos e uma menina de 17 anos chamada Yasmin, os três filhos mais velhos já tinham ido embora de casa e Yolanda cuidava somente da casula, seu orgulho, menina dedicada aos estudos, a única que ela pôde incentivar para ter uma vida melhor.

As duas moravam num casebre no bairro de Jabaquara zona sul de São Paulo, Yolanda era diarista e nas horas que sobravam costurava pra fora.

Em setembro de 1967 Yasmin estava eufórica tinha conseguido o que naquela época era um milagre, passará no vestibular da USP e agora poderia entrar no curso de história e ser professora, não via a hora de contar para sua mãe.

2 de março de 1968.

Yasmin estava maravilhada com a estrutura académica da USP, tudo era novo ali um verdadeiro mundo a ser explorado, havia uma movimento efervescente e ela já tinha consciência do momento que o país atravessava, já havia visto a repressão e sabia das lutas que a aguardavam daí pra frente.

Nos próximos messes a USP seria marcada por graves violações aos direitos humanos, contra docentes, alunos e funcionários. Yasmin que já tinha um censo cidadão e crítico apurado deu o derradeiro passo, aquele que em última instância selaria seu destino, acabara de entrar na UNE ( união nacional dos estudantes) como forma de se aproximar da luta contra a repressão.

18 de agosto 1968. 

Dona Yolanda estava preocupada, a filha nunca se atrassava e se fosse chegar mais tarde sempre avissava, tinha saído de casa as duas da tarde e já eram oito horas da noite, as aulas iam até às seis horas, algo estava errado e seu coração batia num descompasso tremendo pois sabia das historias que aconteciam principalmente com estudantes da USP.

As horas passaram e ela percebeu que algo tinha acontecido e agora o desespero já tomará conta dela.

18 de agosto de 1968 18:30 PM.

A reunião fora marcada para logo após o fim do último período do dia , assim era mais tranquilo e poderiam debater as próximas pautas da luta contra a ditadura, as coisas estavam indo de mal a pior e agora a violência e a brutalidade já passavam dos limites, inclusive varios estudantes desapareciam, alguns voltavam outros não.

O local era num endereço escondido pois a essas alturas já não dava para se reunir na universidade, era como estar dentro da boca do jacaré.

Yasmin que era uma das mais ativas do grupo preparava-se para ler as pautas da reunião quando a porta veio a baixo, ela sentiu um golpe muito forte na cabeça e a escuridão sobreveio.

19 de agosto de 1968 9:00 AM.

O DOI CODI de São Paulo ficava na rua Tutóia no bairro Paraíso e era comandado pelo oficial Carlos Alberto Brilhante Ustra que depois seria reconhecido por ter sido o maior e mais brutal torturador do regime militar. Yasmin acordara desorientada e com uma forte dor na cabeça fruto do impacto da coronhada que levará horas atrás.

Enquanto sua cabeça doía Yasmin ouvia gritos e xingamentos de toda ordem mais o capuz não a deixava enxergar nada, o que tornava a situação ainda mais angustiante.

20 de agosto de 1968 19:51 PM.

Quando finalmente tiraram o seu capuz Yasmin tinha perdido a noção de quantas horas já tinham se passado, uma luz forte e brilhante batia no seu rostro, depois de alguns minutos conseguia ver o reflexo de uma figura masculina, apresentou-se como Coronel Ustra e queria respostas para algumas perguntas, Yasmin já ouvirá falar desse homem, e sabia que as coisas iam piorar muito daí em diante.

Com voz calma e paciente perguntou- lhe quantos mais faziam parte daquela célula terrorista, queria nomes, mais Yasmin não estava disposta a entregar ninguém, o coronel perdendo a paciência desferiu-lhe um tapa tão violento que arrancou três dentes da frente fazendo com que o sangue quente banhasse seu pescoço, além de entrar na sua garganta sufocando-a.

Algum tempo depois o interrogatório fora retomado, com as mesmas perguntas, todas parecendo fazer parte de um protocolo, desta vez retiraram suas roupas amarrando suas pernas abertas, agora não era mais o coronel qua á interrogava, mais alguém com uma voz quasse metálica dizendo que se ela colaborasse poderia ver sua mãe novamente.

 O homem abriu uma caixa retirando uma ratazana que em seguida introduziu dentro da sua vagina provocando espasmos de dor indescritíveis, Yasmin desmaiara novamente e os agentes sabiam que nada sairia da boca daquela garota.

Numa última tentativa de obter informações foi levada para outra sala onde havia um pequeno tanque cheio de água e fezes, o agente mergulhava sua cabeça até quasse afoga-la, isso durou mais de uma hora, Yasmin já não sentia dor, nem desespero apenas esperava.

21 de agosto de 1968 2:30 AM.

Yasmin e mais três subversivos foram levados a um lugar issolado e distante da cidade, havia uma grande valeta ou cova rasa de não mais que setenta centímetros de profundidade, abaixo de tapas foram obrigados a ajoelhar a beira da cova.

O estampido durou menos de um segundo Yasmin sentiu a paz da liberdade que tanto defendera.

Sabia que a história não a esqueceria.

Diego tomasco.

Dedicado a todas a mães que ainda esperam seus filhos voltar...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Drácula

 Não repita suas mentiras elas podem virar medos,

E podem vir buscar você como procuram drácula no castelo,

Nada disso e culpa sua, suas coisas são tudo que precisam, eles querem ser cruéis, 

O que faria você se sentir melhor??

Vá e pegue seu cavalo, 

Você precisa descobrir o que já existe..

 

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O lamento da insensatez

Visto a pressa e me armo de muitos improvisos, o nada e um efeito do terror, quando o enfermo abre os olhos sem mais alternativas e absorve essa vivida luz do dia volta a sonhar descansado,

Até agora sinto prazer nesta cômoda postura, nada mudou mais tudo está tão diferente, o banal e uma obra prima que se faz em dois minutos, mais o imprevisto pode ser um horror,

O trivial é fugaz efetivo e silencioso, uma canoa sem remo, um remador que nunca acha o mar, talvez tenha baixado a guarda, 

Sou o lamento da insensatez...

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O ladrão do tempo

 Roubei tempo da vida,

 Talvez alguns momentos,

Dos quais conseguí extrair,

Alguns ensinamentos,

Percebi teu olhar ,

E naquele segundo,

Sabia que tinhas,

Mudado o meu mundo,

Roubei fantasias,

E algumas mentiras,

Com as quais me enganei,

Esperando esses dias,

Agora roubo lembranças,

Desse tempo longínquo,

Sabendo que tudo

Se perdeu no infinito...

 

 

 

 

 

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Justificativas

 Não encontro justificativas, talvez não existam, 

Fostes sol, uma estrela, algum sonho perdido dentre tantas primaveras , 

Logo mesmo que recupere a serenidade não terei forças para inquirir o absurdo dessa consciência que escorrega dentre as sombras,

Voltar a pensar no que aconteceu, contemplar desconhecido essa iminente dor que regressa sempre nesse horário,

Não encontro justificativas, talvez não existam,

Simplesmente navego nessas nuvens de pena que comprendí vagamente, sentindo essa agitação de euforia quasse heróica,

Há uma intensa excitação cheia de retórica e depois esse gesto de ponto final, trazendo a realidade que entra de pés descalços e sem fazer barulho, 

Não encontro justificativas, talvez não existam...

Diego Tomasco.

 

 

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CPP