A mais linda flor
Pende-se em cachos no meio da praça
Não há quem passe e não ache uma graça
Acácia amarela a flor do amor...

Com sol e sem chuva ela brotou
Aqui a chuva não caiu
Mas nada disso a impediu,
Aconchego das abelhas que a beijou...

E quando o dia vem raiando
O sol chega sorrindo
Os botões vão se abrindo
As abelhas vão chegando...

São acácias florindo em sua pureza
Perfuma o ar na sua magia
Acaricia a alma perfuma o dia
Saltam aos olhos tamanha beleza...

Autoria- Irá Rodrigues

De repente que alegria
No meio das nuvens surgia
Uma estrelinha
Que pulava
E saltitava...

Que estrelinha sapeca
Sorria e derramava
Perfumes de primavera
Com cores de aquarela...

De repente
Outras e outras surgiam
Parecia de o céu despencar
Eram crianças a brincar...

Elas pulavam gritavam
Nas nuvens escorregavam
Eram estrelas meninas
Que cantavam e saltitavam...

Uma coisa eu não sabia
Que em noite azul assim
Estrelas viravam criança
E faziam estripulia...

autoria- Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br

A poesia é fim de tarde
É sol se pondo
É aconchego da alma
Encanta acalma...

A poesia é manhã
É brisa suave
É vento que vem do mar
É gostinho de amar...

A poesia é mundo
É céu estrelado
É luz de luar
É jeitinho de sonhar...

A poesia é livre
É pássaro sabe voar
É brisa que se esvai
Vira canção atrai...

A poesia sou eu
Canto encanto
Faço rimas ao luar
Recito meu riso
No sabor de amar...

Autoria- Irá Rodrigues

Esqueceria o ontem
Jogaria fora
As palavras duvidosas
As horas perdidas
A fala azeda
Que agrava
Não se apaga
Vira apenas história
Gravada na memória...
Se pudesse
Mandaria o ontem
Escorrer no ralo
Deixar se perder
E o que sobrar
Transformaria em paz
Sem trégua
Sem espaço
Mas o que faço?
Se pudesse
Nesse novo dia esqueceria
O que se agrava
Não se apaga
Fica na memoria
Torna-se historia...
Se pudesse
Fecharia as portas
Trancaria as janelas
Nem os olhos abririam
Recusaria as caricias
De um amor que se congela...
Se pudesse
Seria hoje
O que não fui ontem
Deixaria transbordar
Essa fúria interna
Que se queima
Se dispersa
Pelo ferir das palavras...

Autoria- Irá Rodrigues
http://ira-poesias.blogspot.com.br/

A luta começa antes de o dia amanhecer
Abelhas chegam voando alegra com o seu zumbido
Pirilampos despertam- dizem está com dor de ouvido
A abelha protesta- Ora deixe de ousadia, quem é você?

O caracol na maior preguiça dorme tranquilamente
O Sol nem havia saído era muito cedo para acordar
Ao ouvir que chegou alguém para atrapalhar
Arregalou os olhos impaciente...

A joaninha com o seu pijama de bolinha
Espreguiçou na cama sem querer acordar
Queria saber quem estava a resmungar
Olhou lá embaixo era a sua amiga formiguinha...

Gritou, gritou, mas ela nem deu atenção,
Apressada seguia para sua tarefa de picotar
Folhas e flores precisava armazenar
Pois logo mudaria de estação...

As flores se balançavam alegremente
A chuva que caiu a fez brotar
Agora era só o ar perfumar
Deixar que o dia seguisse em frente...

Nesse movimento todo tem alegria e tem protesto
A chuva caindo flores brotando e o ar se perfumando
Os bichinhos inteligentes em equipe trabalhando
E a vida continua nesse jardim dos insetos...

Autoria- Irá Rodrigues

Na casa queria morar
E toda vez que chegava
Na rua lhe jogava
Mas ela sempre voltava...

Um dia a rã resolveu
Ser luz iluminar
Assim iriam gostar
Vendo sua luzinha piscar...

E virou animação
Chegava á noite
O povo começava a chegar
Para ver a rãzinha piscar...

E assim ficou conhecida
A rãzinha de luz
De dia dormia
Á noite sua luz se acendia...

Ninguém mais queria se livrar
Da rãzinha iluminada
E virou animação
Um bichinho de estimação...

autoria- Irá Rodrigues
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Fizeste um juramento
Parece que ainda estou escutando
Tuas palavras declamando
Mas virou pássaro e partiu ao vento...

E ficou apenas o zumbido
Dos versos da tua poesia
Tão lindas quando me dizia
Sussurrando em meu ouvido...

Tudo isso ficou no passado
Uma sombra um retrato oculto
Às vezes até imagino ver teu vulto
Desisto- Fecho as páginas e deixo guardado...

Chorar eu não sei mais
Se a tristeza chegar mando-a passear
Melhor é esquecer
Quem um dia só me fez sofrer...

Nas páginas do meu velho diário
Ficará para sempre trancado
Deixa o tempo se encarregar de apagar
Palavras fingidas de um falso apaixonado...

autoria- Irá Rodrigues

Criança de hoje em dia só sabe a tecnologia
Não brinca de amarelinha, pular corda e jogar peteca,
Não porque não gosta e sim nunca ensinaram
Mamães vamos resgatar as brincadeiras que nos animavam...

Brincar de bola correr cair se machucar
Fazia parte da vida da criança- era sim felicidade
Esfolar os joelhos chorar se levantar e voltar a brincar
Hoje criança nem mais quer andar...

Brincadeiras de casinhas, as bonecas e comidinhas,
Tinha batizados e até casamento
Reuniam-se as crianças das vizinhas
Aos domingos aquela folia e encantamento...

Corrida de saco, cabo de guerra,
Esconde, esconde e amarelinha,
Anel onde está meu anel quem não sabe erra
Risco no chão joga uma pedrinha...

De uma coisa eu tenho certeza
Brincadeira da minha infância era o melhor da vida
Ali não tinha maldade
Só reinava a felicidade...

autoria- Irá Rodrigues

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Entre flores e insetos
Um baile de todas as cores
Eram tantas flores carmim
Rosa, violeta e jasmim...

O cravo bailava com o lírio
Borboletas com alecrim
A sinfonia foi toda
Pelos pássaros entoados...

O baile seguia animado
Cada vez mais agitado
Eram flores e flores
Em seu belo bailado...

Irá Rodrigues

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E não é que esse sem vergonha é tirado a surfista, entrava no mar era jogado fora, retornava e outra vez atiçado bem longe, mas teimoso como era se infiltrou num barco de pesca e lá se foi para alto mar.
Eram dias perdidos no oceano nem podia esquiar nem podia conversar o medo de ser jogado na água era bem maior e a monotonia começava a dominar aquele esquilo espertalhão, mas nem tudo estava perdido e lá se foi o sem vergonha deitado na proa tomando sol, quando ouve uma voz grave gritando:
--Hei seu vagabundo você nunca desiste, pois bem se pensas que vai curtir a viagem como se fosse férias engana-se... Venha já trabalhar ou te jogo na boca dos tubarões...
Tremendo de medo o esquilo seguiu o capitão que o levou direto para a cozinha, onde ordenou que fizesse tudo que o cozinheiro ordenasse.
E num vai e vem de tarefas o esquilo se empanturrava de tanto comer, era um lambe de dedos que deixava o cozinheiro irritado.
No belo entardecer avermelhado, o esquilo todo folgado sobe na proa e avista milhares de baleias no meio do mar se enfiou numa roupa de nadador e lá foi ele ver de perto as monstruosas coisas que jogavam água em esguichos.
Já escurecia quando resolveu retornar para o barco e qual é a surpresa o capitão o esperava bufando de raiva e segurando-lhe pelas orelhas levou até o salão onde gritou em brando:- você seu pivete desobediente vai ficar preso em correntes até retornarmos para casa assim nunca mais entra de penetra em barcos de pescadores. O esquilo impaciente via passar horas, dias e nada dele conseguir desembarcar numa ilha onde pudesse ficar e esquiar sem que ninguém atrapalhasse, num solavanco estrondoso o barco encalhou numa pedra e foi uma correria, pega caixa daqui corre e salva coisas de lá e ele ali acorrentado gritando sem que ninguém resolvesse ajudar, o barco iria afundar e todos já entravam em botes deixando o pobre do esquilo ali amarrado.
--Socorro! Socorro! Gritava já sentindo a água tomar o barco. Perdendo as forças de se esgueirar para ser salvo ele desmaia e quando acorda está no meio da vegetação todo ensopado, levanta assustado olha de lado olha do outro e não viu quem havia lhe salvado...
Só sabia que se conseguisse retornar para casa nunca mais se metia a ser surfista...
E assim aprendeu a lição que lugar de animal não é se meter a gente nem querer competir com as artimanhas do homem nem com a fúria do mar...

Autoria- Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/

Logo chega ao bar
No balcão pede um sorvete
Fica atarantada
O sorvete derrete...

Foi sentar-se à mesa
Ficou toda embaraçada
Quando um pulgão
Deu-lhe uma olhada...

Mas quando o pulgão se levantou
Josefina se espantou
Ele andava de bengala
Era torto e mancava...

Sem dar ares ao pulgão
Ela levanta rebola
Passa por ele e vai embora...

Se esse pulgão se acha
Imagine eu com ele
Feio baixo e manco
Só se usar meu tamanco...

Nem que dinheiro tivesse
Com ele não casaria
Com alguém todo gordo
Mas se parece um porco...

Irá Rodrigues

Nesse cantinho no meio da vegetação, de mato verde e muito encanto,
Uma simples casinha ao pé da montanha,
Flores na janela, borboleta voando colorindo o ar.
Um Jardim onde a grama brota sem cerimônia,
Uma rede armada, pé de laranjeira,
Sabiá cantando ao amanhecer,acordando o dia espantando a noite.
À tardinha o Sol se despedindo,a Lua chega
se exibindo.
O silêncio quebrado com as chamas da fogueira que crepita lá fora convidando a se aproximar.
Chega um dois e todos se reúnem trazendo cadeiras,
Hora de ouvir histórias, de tomar um vinho;
Esperar o sono chegar no silêncio desse lugar onde o relógio esqueceu de dar corda nas horas,
Aqui no meu cantinho você é convidado a chegar,
Apure os sentidos feche os olhos, ouça os sons oferecidos:
O vento assobiando quando passa pelas frestas das janelas,
O canto de uma ave perdida na escuridão, o bater de asas de um inseto atraído pela luz do candeeiro.
O vai e vêm das águas rebolando no riacho trazendo essa tranquilidade e magia,
Aqui os dias se arrastam numa preguiça, apenas o coração bate acelerado no compasso apaixonado..

Autoria Irá Rodrigues

Troquei meus dias pelos teus
Descobri que nada era real
Deixei me levar pelos desejos
Afoguei-me em teus beijos...

Meti-me em fantasias
Troquei a noite pelo dia
Esqueci-me do tempo
Joguei-me ao vento...

Perdi o controle do corpo
Sua mão em mim se atrevia
Em curvas se perdia
Nem meu coração mais ouvia...

Teu perfume embriagava-me
Meu desejo por te aumentava
Era desejo era paixão
Só sei que te amava
Pouco a pouco perdi a razão...

Foi sonho ou realidade
Esse teu jeito sedutor
Em momentos de prazer
Deixei tudo acontecer...

autoria- Irá Rodrigues
http://ira-poesias.blogspot.com.br/

Na roseira vem cantar
Sai alegre do seu ninho
O casal de passarinho...

Voa, voa alegre passarinho,
Encanta as flores desse jardim
Depois volta feliz para mim
Levar-te-ei ao teu ninho...

Onde teu filhote os espera
Com asinhas querendo voar
Para logo aprender a voar...

Irá Rodrigues

De repente falta de um abraço
Um aconchego da alma
Tão apertadinho que acalma
Daquele que parece dar nó no braço...

Que demora a desamarrar
O nós atado bem forte
Um abraço carregadinho de sorte
É o mesmo que dormir e sonhar...

Acordar com gostinho de um abraço
Que nem o vento é capaz de apagar
Um abraço é para recordar
Aquele que preenche todo o espaço...

Assim
É o nó e o abraço...

autoria- Irá Rodrigues

Rio de águas calmas
Vegetação florida na margem
Peixinhos que batem palmas
Ao ver os barquinhos passarem...

Folha caída à água leva
Na correnteza da descida
Arranca a tranca da cancela
Em algum lugar ficará esquecida...

Corre o rio pelo caminho
Passa em colinas e vale
Leva folhas e espinho
Nada faz com que ele pare...

E vai veloz na correnteza
Em algum lugar vai descansar
Lá embaixo com certeza
Ele vai repousar...

Autoria- Irá Rodrigues
http://ira-poesias.blogspot.com.br/

Cores alaranjadas- fascinação
Asas abertas sobre o mar- despede o dia
Paz no entardecer afaga o coração
Beleza em pinceis ou rabisco de uma poesia...

Não há no mundo riqueza mais sublime
Do que um pôr do sol no mar
Acaricia a alma nos faz sonhar
Qual palavra melhor se exprime?...

Versos traçados que contagia
Esse espetáculo sobre o universo
Só rabiscando alguns versos
Mar e o pôr do Sol em poesia...

Autoria- Irá Rodrigues
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5879190

Arteira como ela é
Antes de o dia acordar
Abelhinha quer brincar...

Bate na porta da vizinha
Bem ligeiro sai de lá
Borboleta querendo voar
Beija-flor bem zangado
Bocejando querendo dormir...

Casinha abre a porta
Coelhinhos felpudos
Com caras de sapeca
Colhem cenouras
Comem, comem ficam estufados..

Dentões afiados
Deitam nas sombras
Dormem relaxados...

É hora de levantar
Espreguiça a abelhinha
Estava tão sonolenta
Esperando o coelho acordar...

Autoria- Irá Rodrigues

A gente flutua
Com a alma nua
Querendo sair
Passear na rua...
Virar borboleta
Leve de asas livre
Muda o estilo
Fica colorida
É fim de semana
É praia, cinema.
Amigo só contagia
Amor vem vira poesia...

Irá Rodrigues

Pula daqui canta dali
Atrapalhando o gato
Que dormia no quarto...

E foi àquela confusão
O gato ficou irado
O que achou destruiu
Queria acabar com o grilo
Mas o espertinho fugiu...

E bem longe ele voltou
A sua chata cantoria
Adeus o sono do gato
Que sentado esperava
Enquanto o dia raiava...

Ai sim ele poderia dormir
Tranquilo sem ser abusado
Pois grilo dorme no dia
A noite faz sua cantoria...

Mas o gato estava decidido
Se aquele grilo ele pegar
Tenho pena do coitadinho
Vai lhe fazer picadinho.

O grilo desconfiado
Sai apressado pela rua
Feliz ficou cantando pra lua
Que de lá do alto dizia:
Ou grilo atrapalhado...

autoria- Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/