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"O Temível Sol"

O Temível Sol

Indubitavelmente, não sabemos se a Terra ama o Sol? O fato é que, amando ou não amando, era um dia daqueles que não dava para escamotear o calor — este era escaldante ao extremo —, no céu tinha uma estrela que ardia em chamas. O Sol de verão estava chegando, e ele, mais parecia uma bola incandescente gigantesca, que apesar de um redondo dourado, tinha arestas que eram como flechas flamejantes que queimavam à distância. Era como uma moeda avermelhada, de dentro dela saía energia gerando vida para o universo. Hoje, — a bola incandescente —, parece um pesadelo, visto que, o homem estragou o zelo que o Criador teve quando criou o belo e o natural. 

Mas, o que eu queria dizer mesmo era que: - Nosso céu azul anil do norte é o mesmo que o céu azul anil do sul e que, lá no norte passa o mesmo belo sol, que em forma de estrela dourada passa aqui no sul, e que hoje, em várias partes do mundo começa o verão. Mas, de repente, percebo que o sol parece dar passos de gigante na direção do sul e do norte da fragilizada Terra, que clama por um refresco, mas em vez disso, o mormaço nasce e se fortalece, a água evapora subindo aos céus, cai chuvarada grossa e, torna-se vapor novamente - é o ciclo gerando vida na terra. Mas, no entanto, o sol é um só para todo mundo, em forma arredondada e avermelhada, ele enfeita o firmamento de nossos dias, portanto, no palco emocional de nossas vidas, infelizmente, este sol não gera romance como gera a Lua, nem histórias, nem paixões, do lado oposto, o Sol (por culpa do homem) mesmo gerando vida infelizmente, continuará no futuro gerando pesadelo, com pouca geração de vida, germinando pouca semente, produzindo poucos frutos e colheitas não tão abundantes. Infelizmente, é visível a olho nú a ganância do homem que parece ter corrompido até o sol e, este, se mostrando desequilibrado (um dia muito quente, outro dia menos escaldante), este vai e vem do nosso clima começou a provocar temporais, vendavais, maremotos, tirando a vida de homens que, nada teve a ver com esse maltratar da natureza.

Tristemente, faço um parêntese, lembrando da minha inocência de criança; eu e a garotada usávamos o foco do sol em lentes de óculos velhos, para pôr fogo em papéis (da mesma idade), mas sem sentir e nem perceber, eu já gostava de poesia e, amava ver o sol nascer, eu estava acordando e ele entrando sutilmente invasivo pelos buracos das tábuas podres do meu quarto, essas entradas invasivas, mas gostosas refletia bolinhas douradas na parede oposta, que se moviam até desaparecer na mente inocente de criança.

Hoje não se vê mais o nascer do sol e nem a sua morte agonizante ao final do dia, nossa visão, nossa audição, nosso paladar, nosso olfato e nosso tato está na correria desde o raiar do dia, no estresse, na agitação da evolução da espécie humana — tudo agoniza. Tudo isto traz estranheza, olhar para o passado e sentir o presente já arquejante, agonizando com a boca escancarada esperando a morte chegar. Assim, o cheiro de minha saudade é queimado pelos raios ofuscantes e consumidor do egoísmo humano. Estamos sendo devorados, assim como está sendo a natureza destruída pelo poder descontrolado dos poderosos. E nossos filhos, nossos netos? Como serão as gerações vindouras? Não sei, nem mesmo você sabe.

 

Mas, e o Sol? 

 

O Sol? Eu diria que ele continua o mesmo, fixado no firmamento a espera que a terra exploda - Pow! 

 

#JoãoCarreiraPoeta — 31/08/2018 — 16 horas

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"Eu Sou o Que Sou"

Eu Sou o Que Sou!

Visto que, sou o que penso, sou o que gosto e o que quero ser. Sou pai, sou mãe, filho, filha. Sou família. Tem horas que pareço que sou tudo, mas, no entanto, do nada, não sou nada, há momentos que sou a sorte do que tenho e do que possuo, mas, ao mesmo tempo, o azar do que a vida não me trouxe e —, que tanto desejei. Portanto, ainda sou um  "Zé Ninguém" que um dia desejou ser tudo, até sonhou ser astro, no entanto, nem o brilho conquistou. Sou mais um pecador que caminha com pouca fé, portanto, quem sabe sou um mundo de maldades, um paraíso de boas atitudes, ou então, um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem e distorcem minhas reflexões falsas. Indubitavelmente, ainda sou um canto cego do meu corpo que vê meu reflexo num canto a me olhar, ou numa miragem, onde tu não podes ver. Não escamoteio, mas, sou ainda a alegria de quem ama, a tristeza de quem odeia e a ocupação de quem inveja. Eu sou a luz poética que ilumina a vida, que ilumina o mundo, que ilumina tudo, até ilumina uma folha em branco, ou mesmo, um caderno de crônicas poéticas, onde escrevo minha louca e parada vida, pintando meus sonhos de verde e amarelo.

Como um bandarra (que não sou), me vejo nos devaneios da vida e assim, continuo sendo os livros humanos e inumanos que li e, as letras, as palavras, os parágrafos e textos que já escrevi. Contudo, estou a sonhar que sou os momentos que passei e os que ainda quero passar, sou os brinquedos com que brinquei, e os amigos conquistados, sou fábulas do passado em que, acreditei nos jogos da riqueza, entretanto, quem ganhou este jogo, foi o jogo da pobreza que sempre dominou o mundo. Embasbacado, serei sempre o amor que dei, o que dou e o que continuarei dando. Sou os amores que tive, as viagens que fiz e as que quero fazer. Sou todos os desportos já praticados, e aqueles que sempre continuarei praticando por ser mais que lazer —, por ser saúde e prazer.

Seguindo minhas “quimeras”, sou o azul anil do céu que se mistura com a prata da lua e que vai se enrolando no calor dourado do sol. Ainda sou o cheiro da pele macia da amada, o côncavo e o convexo que me seduz, a cor que me apaixona, a bebida que me refresca. Eu sou Juão, eu sou Tião, sou a bandeira estendida, eu sou "euzinho da silva" que vive correndo pra lá e pra cá atrás das minhas mazelas. Eu sou o trader que especula, sou o contador que soma e subtrai contabilizando a vida, sou coach que ajuda, sou escritor que escreve, mas não escreve nada. Portanto, sou o ódio resguardado, sou os sonhos, metas douradas, objetivos atingidos e os não alcançados, sou as derrotas da vida tão sofrida, sou minha parte de dentro e de fora. Sou todo o meu ser, entretanto, você não me entende, não me conhece, visto que, sou um conjunto de fatores por causa da saudade, dos abraços e beijos dados e não dados.

Sobretudo, sou ainda o passado, o presente e o futuro. Eu sou meus atos e fatos perfeitos, portanto, ao mesmo tempo sou tão imperfeito, assim, visto que, sou o contraste e a contradição, sou a concavidade, sou a convexidade e a complexidade do mundo.

Sou tudo e, ao mesmo tempo, não sou nada!

#JoãoCarreiraPoeta — 30/11/2023 — 8h

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