A Navalha Fria Da Ansiedade
Todo mundo tem algo para contar sobre ela, sobretudo, sobre os seus cortes, sobre as suas retaliações da nossa carne emocional, portanto, o corte frio feito pelo aço psicológico dessa navalha, corta-nos até o ar, faltando profundamente, dificultando nossa respiração, uma compressão no peito, um suor frio, uma vontade de explodir e, de costurar pelos “fundilhos” os segundos, os minutos, as horas, os dias também e por que não as semanas, os meses e os anos? Entretanto, não tem como concatenar a lógica das ideias, visto que, continua faltando espaço para respirar. A brejeira não tira folga, é empregado "caxias" — faz horas extras e nem se quer, quer receber o vil metal. Deste jeito o sono é roubado por essa ladra selvagem e assim, ela vem para cima, devagarinho vem para reinar, vem para ficar e quem sabe, até criar raízes.
Entretanto, eu afirmo que não para por aí, visto que, a inquietação somada com a agonia, vai tentando rasgar o peito (que sangra) e o pensamento com deboche da realidade — assim, ela continua navalhando a carne da emoção psicológica. Ela não é meta, porém, é a forma como se vive, não é o estado desejado, muito menos sonhos realizados, é a estrada, é o caminho, mas nos faltando o ar, contudo, não é a falta, é o que se faz com aquilo que se tem e que, nos rouba o que não se tem.
Indubitavelmente, a ansiedade nos faz pensar muitas vezes (não com nossos botões), com o cérebro e chegamos a uma triste, mas feliz conclusão; que, um pedaço de pão comido em paz, é muito melhor que um banquete, ingerido na companhia desta dama ansiosa ou mesmo, sendo devorado pelo sentimento que nos domina.
Nos, bandarras que somos, quando estamos dominados por ela (aquele que não está que jogue a primeira pedra), é como se sempre nos faltasse muitos minutos para o que quer que seja, visto que, nos falta tempo, no entanto, percebemos que, tempo temos, o que não temos é sua boa gestão —, e por falta desta gestão, em segundos, comemos uma barra de chocolate — pronto estamos cheio, não do chocolate, mas sim, da maldita — ansiedade, da obesidade emocional, da falta de gestão cerebral. Aí, nos vemos enrolados no cobertor da ansiedade novamente e faltando-nos, um "fiapo" de tempo para ter um "tiquinho" de expectativa.
Portanto, contra-argumento: — Dizendo que: Em dias turbulentos, de ansiedade e insatisfação, o cheiro da poesia nos salva. Muitas vezes, queremos que nosso tempo, prevaleça ao tempo do Senhor e, achamos que, uma estadia de quinze minutos em uma fila de banco pareça interminável, uma eternidade, mas, ficamos pensando e se fosse quarenta anos num deserto, o que aconteceria com nosso palco emocional da vida? Um infarto do miocárdio? — quase certo!
Talvez a ansiedade ensurdeça nossa mente, ansiedade..., ansiedade..., o que fazer contigo? Mas, de repente, descobrimos que não queremos ficar sozinhos. Ansiedade é exatamente isso: - "Temos tudo por perto, mas, Imaginamos o momento em que tudo dará errado toda vez que algo começa a dar certo".
"Poesia e crônica escrita com o sangue do coração e com a pena da alma, alivia a mente e o espírito, é também, um excelente remédio para quem sente solidão, alivia a ansiedade do sonho não conquistado e, aumenta a energia para continuar encarando os desafios da vida".
#JoãoCarreiraPoeta — 31/12/2020 — 8h