Posts de Samuel De Leonardo (119)

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CAUSA

CAUSA

 

Fiz do amor

a razão do viver

do viver para ti

sem medir sacrifícios

me entreguei sem limites

só você me importava

esqueci de mim

tudo o que desejei

um dia chegou ao fim

 

Fiz da dor

o viver sem razão

um sofrer por ter

por ter sem possuir

um falso existir

vazio sem limites

companheira a solidão

noites em claro

como saldo a frustração

 

Fiz da saudade

minha verdade

da verdade

uma rima

da rima

um verso

do verso

um poema

do poema

o meu universo

 

Samuel De Leonardo (Tute)

 

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Código do texto: T8279929

 

 

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PRESENÇA

PRESENÇA

(Uma crônica cheia de saudade)

 

Minha homenagem àquela pessoa que, em um momento da vida, dividiu comigo emoções que permanecem vivas em minha memória,

 

Chegará um dia que, longe da correria do cotidiano, o seu coração baterá suavemente, como a brisa calma do entardecer,                        ocasião em que você tomará ciência que viver até agora valeu a pena, que as lembranças arquivadas são tesouros valiosos.

Os momentos felizes contigo compartilhados, as gargalhadas espontâneas e a cumplicidade dos nossos sorrisos juvenis,                            deixaram marcas profundas que ainda permanecem vivas na minha memória.

Coisas simples, talvez banais, que habitam o sótão das nossas lembranças podem aflorar: aquele caderno novinho                                    que prometemos um dia passar a limpo; o livro emprestado que em um canto foi esquecido; a "cola" estrategicamente                          escondida no dia da prova; os apelidos dados silenciosamente a cada um dos professores; o "X-miséria"                                                  (uma fatia de muçarela e mortadela com maionese no pãozinho) da cantina, fraternalmente dividido; bilhetinhos inocentes e          singelos para alguém interessante; entre outras "artes".

Então estarei presente em cada fato lembrado, aquecendo o seu coração, oferecendo confortoem cada aceno teu,                                    como nos dias em que estávamos juntos e falávamos dos nossos planos, e até de sonhos mirabolantes,                                                  carregados de ingenuidade, próprios da idade.

A minha amizade e o meu carinho por ti, nem o tempo e nem a distância foram capazes de apagar,  estiveram sempre                              em meus pensamentos, desejosos em te encontrar. Na verdade, eu nunca pensei que nos separamos e,                                                  que em algum momento, houve uma despedida.

Em meus devaneios estivemos esse tempo todo bem próximos um do outro, compartilhando as alegrias,                                                  somando as emoções, dividindo as frustrações.

Se um dia a saudade bater, faça como fiz por todo esse intervalo para suprir a ausência: feche os olhos,                                                  imagine e viaje nas lembranças, pois estarei dentro das nossas memórias que continuam vibrantes em meus pensamentos.

 

Samuel de Leonardo (Tute)

 

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SENTIMENTOS ÓCULTOS

SENTIMENTOS ÓCULTOS

 

Quando você quiser, pode me ligar,

passar uma mensagem, desde que sinta vontade,

não encare como se fosse um fardo,

pois entendo que não temos,

nem eu e nem você, tamanha obrigação.

 

Vez ou outra, me perco nos devaneios,

imaginano que estou recebendo uma ligação do teu aparelho,

assim, repentinamente, como um beija flor dando bicocas na flor,

tão ligeiro como suas asas, exaltando a natureza num gesto acrobático,

desafiando princípios de Newton.

 

Porém, sei que não posso exigir e

muito menos cobrar algo impossível de acontecer.

Não se sacrifique, não faça peripécias,

não precisa fingir que bate as asas tal qual o colibri cortejando a flor,

bem sei que não sabes voar, tampouco desejas me beijar.

Não invente um acontecimento comigo do qual nunca irá se realizar.

Mas se sentir vontade, vontade verdadeira,

não finja em me ignorar, é só me ligar...

(estarei sempre a esperar)

 

(Inspirado num texto de José Saramago)

 

 

Samuel De Leonardo (Tute)
 
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RESUMO

RESUMO

Todo dia é uma luta

difícil de superar

 

Minha cabeça pensa

Eu quero ir

minhas pernas não deixam

Eu quero abraçar

os braços já não alcançam

Eu quero falar

as palavras se embaraçam

Eu quero explicar

melhor eu me silenciar

Eu quero lá estar

não consigo chegar

Eu quero participar

há quem queira me ignorar

Eu quero me corrigir

da realidade não posso fugir

 

Eu gosto de viver, tanto, tanto

não posso perder o encanto

 

Meu corpo já não obedece

logo canso

Se canso é porque existo

se existo, eu não desisto

 

 

Samuel De Leonardo (Tute)
 
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SEMÁFORO

SEMÁFORO

O dia nem bem amanhece,

as luzes artificiais se rendem.

e lá está o petiz defendendo o seu

enquanto o cristão reza a sua prece,

o seu irmão padece

 

Bala de goma, senhora

ela sequer abaixa o vidro

engata a primeira e vai embora

O menino só quer vender,

ele não quer a tua esmola

 

No semáforo, a luz verde

não é esperança,

é a luta de uma criança,

o brilho amarelo pede atenção

no vermelho ele oferece

 

Automóveis param,

é feita a abordagem,

no retrovisor ele coloca o recado,

uma oferta, balas de hortelã

sem culpa paga o pecado

de um ser sem o amanhã

 

Mais um carro,

outros carros

vende pouco, quase nada

algumas moedas ele recebe,

por vezes, pontas de cigarros,

 

No veículo, confortável,

o motorista protegido

respira o ar condicionado,

visualiza, mas não enxerga

o garoto lá fora, sufocado

 

As três cores são constantes

farol que não descansa

faturamento tão distante

Tem mais respeito a faixa de pedestre,

muito mais que o invisível moleque

 

Sente fome,

passa frio,

enfrenta chuva,

toma sol,

brinca de contar,

conta quantas vezes pisca o farol

 

As horas passam ligeiro

o dia todo sem comida

o que fazer sem o dinheiro,

desafios de uma vida,

paga pecados que não cometeu

 

As estatísticas o classifica

abaixo da linha da pobreza

Enquanto as luzes mudam.

a sociedade o ignora,

seu destino é a incerteza

 

O semáforo dita o ritmo

pare, atenção, agora siga,

adiante circulam os automóveis

o pivete defende a vida,

governantes não se comovem

 

A luz natural se recolhe, aos poucos se vai, logo cede

em seu lugar brilham as LEDs

Na esquina do farol o guri

não conhece o seu passado,

o presente é ausente.

seu futuro, claro, é escuro.

 

SAMUEL DE LEONARDO (TUTE)

 

 

 

 

 

Samuel De Leonardo (Tute)
 
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SINISTRO

SINISTRO

 

Terrível noite silenciosa

A insônia se faz presente

Na cabeça ideias ociosas

Alma vazia, coração carente.

 

Lá fora, a rua deserta

O silêncio é quebrado

Um alarme logo desperta

Mais um coração roubado.

 

No frio do rude asfalto

O sentimento é invadido

Vítima de um assalto

Refém de um coração bandido.

 

Anúncio de mais um furto

Madrugada se arrasta

O pensamento em surto

A solidão é madrasta.

 

O coração não resiste

Mais um roubo constatado

O Sentimento persiste

Seguro não cobre o estrago.

 

Amanhece, aberta a janela

Contabilizado os prejuízos

Enquanto pensava nela

Momentos foram perdidos.

 

Seguro de vida é um ardil

Não garante o que é fatal

Nem preenche o vazio

Vida sem um amor é perda total.

 

 SAMUEL DE LEONARDO (TUTE)

 

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ANDARALHO

ANDARALHO

 

Andei por avenidas e estradas

entre ônibus, carros e caminhões.

Caminhei até onde foi possível

sufocando meus pulmões,

respirando fumaça de óleo diesel.

 

Voei sobre nuvens de algodões

mesmo com medo das alturas

olhando pelas janelas dos aviões.

Vivi grandes aventuras

entre passarinhos e passarinhões.

 

Naveguei sobre águas turbulentas

com muito medo de me afogar.

Enfrentei tempestades e tormentas.

de navio, de barco e até canoa,

sem saber nadar, numa boa.

 

Cavalguei no lombo de cavalos,

pedalei e andei a pé

suportei tudo, até os calos

Cada passo me aumentava a fé.

Fui de carroça, e de trem,

não devo nada a ninguém.

 

Pisei em areia, terra e asfalto

tropecei em pedras e cascalhos

fui descalço, com tênis ou sapato

Corri mundo, cruzei atalhos,

fugi de gente ruim e de espantalhos.

 

Marchei na trincheira da esperança,

engoli cobras, sapos e poeiras,

nutrido pela perseverança.

Ignorei pessoas traiçoeiras,

as desprezei sem segredos

Dormi tarde, acordei cedo.

 

Pulei cercas, muros e cancelas

esbarrei em gatos, corri de cachorros

Respeitei putas e donzelas

subi ladeiras e desci morros.

Tudo o que fiz exigiu cautela.

 

Passei frio, passei calor.

De joelhos pedi força e vigor,

também contei com a sorte.

Superei obstáculos e a dor,

estas histórias me tornaram forte.

 

Hoje quero descanso e sossego

Não importa se fiz certo ou errado,

tive coragem, venci o medo.

Agora estou aposentado,

depois de tanta luta e trabalho.

 

Sou ou não sou um sujeito do andaralho?

 
 
Samuel De Leonardo (Tute)
 
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JEITINHO  

JEITINHO

 

O seu jeitinho de se ajeitar mexe com a cabeça do sujeito

Preciso dar um jeito no seu jeito de me agitar

Por ti sou capaz de tudo, a tudo me sujeitar

Já nem sei direito se tenho direitos sobre seu modo de ajeitar

Contudo, acho justo a gente se juntar, já que quero tanto contigo me agitar

Fico até sem jeito de querer ficar ao seu lado e fazer tudo direito

Sempre acreditei que o sujeito para conquistar o seu jeitinho tem que se ajustar

Se eu fizer tudo direito, consigo me ajustar, você precisa me ajudar

Acredite em mim, sou um sujeito que tem jeito para juntos nos ajeitar.

Quero contigo viver juntinho, é só uma questão de você me ajudar,

Dê uma chance, as coisas se ajeitam, do jeitinho que você quiser

 

 

Samuel De Leonardo (Tute)
 
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AMOR PRIMEIRO

AMOR PRIMEIRO

Era um garoto ainda,
na flor da idade
Eu via passar aquela menina
toda faceira, sempre à tarde

A calçada era toda dela
pisava com elegância
Desfilava, dona da passarela
e eu ficando na esperança

Desde a primeira vez que a vi
o seu jeitinho me enfeitiçou
Algo de diferente eu senti
uma sensação que atiçou

Era ela a dona da calçada
eu no silêncio acanhado
vivendo uma situação delicada
olhando da calçada, do outro lado

Ali nascia o primeiro amor
amor primeiro, platônico
sentimento devastador
um caso histórico, icônico

Tardes se foram juntas com ela
não sei o que houve
com a minha donzela, 
seu nome sequer eu soube

Após anos, passei por ali
desejei que ela passasse
Fechei os olhos e a senti,
queria que o tempo parasse

Era um garoto ainda
descobrindo a realidade 
nunca mais vi a menina 
tardes se foram, ficou a saudade

Samuel de Leonardo (Tute)

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INQUIETUDE

INQUIETUDE


O  mundo é uma roda gigante,
se movimenta sem se deslocar.
Gira, gira e gira a todo instante,
permanece no mesmo lugar

Minha cabeça é um pensar constante,
se movimenta sem sair do lugar
Pensa, pensa e pensa, incessante,
mesmo estática, viaja sem parar

É uma inquietação que inunda,
que perturba o espírito e a alma.
Provoca ansiedade profunda,
êxtase que não se acalma

Um estado de querer saber,
o conhecimento carece ser lapidado
preciso logo tudo conhecer
tanta informação exige cuidado

Mas uma questão foge de mim,
uma resposta eu mereço
Todo começo terá um fim?
E todo fim, teve um começo?

Esta equação merece atitude
pode ser um não ou um sim
reconheço, é muita inquietude
mas a solução não é tão simples assim


Samuel de Leonardo (Tute)

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NOSTALGICA MENTE

NOSTALGICA
MENTE

A lua perdeu o seu encanto
O encanto atirou a lua num canto

A lua, há muito a rua não ilumina
Pela rua já não passeia aquela menina

Muros altos ocultam os jardins
As flores escondidas, agora é triste assim

Já não se ouve falar em flor arrancada
Obra do menino para ofertar à namorada

A rosa já não tem o mesmo perfume
Que despertava na menina um certo ciúme

Canções já não exprimem sentimentos
Músicas românticas se foram com os ventos

Os encontros aceleravam o coração
Inocentes eram as despedidas no portão

Cuidados cada movimento exigia
Com certeza, tinham os pais de vigia

Beijo na boca tinha um doce sabor
A gente sentia tudo, sentia até calor

Nenhuma carícia plena era aceita
Pois sempre havia alguém à espreita

A gente tinha na carteira o retrato dela
Com soberba exibiamos a menina mais bela

Era uma delícia estar ao seu lado
Orgulhoso por ser o seu namorado

Já não se escrevem ingênuos bilhetinhos
Nem têm mais amassos nos cantinhos

Agora, lâmpadas iluminam os caminhos
Saudade de namorar no escurinho

A roda de amigos era gigante
Felicidade, então, parecia que era constante

A pipoca era deliciosa, mesmo que não fosse 
Ah, o algodão, tinha algo de especial no seu doce

Era gostoso com dois canudos repartir refrigerantes
Nada será tão bom como fora antes

Os segredos ficavam em quatro paredes
Atualmente, piscou, ja estão nas redes

Para a conquista tinha o flerte casual
Agora é tudo na base do virtual

Para o primeiro beijo a gente esperava uma semana
Hoje, antes do beijo vem a cama

Talvez esteja ficando uma pessoa saudosista e antiquada
Mas aquela menina sempre será a minha eterna namorada

Pena que a felicidade passa tão de repente
Aínda tenho tudo arquivado na minha
nostalgica mente



Samuel de Leonardo (Tute)

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JOÃO BARBEIRO

JOÃO BARBEIRO

 

Eu era ainda um menino

um menino aínda, um pirralho

e o velho João já estava grisalho

 

Cortava os cabelos

na barbearia do velho João

a barba não

porque não tinha não

 

Fiquei adolescente

me olhava no espelho

cortava os cabelos com o velho João

a barba não, só tinha minúsculos pentelhos

 

Adulto, no dia do meu casamento

o velho João deu um trato no cabelo

foi um acontecimento

 

VIeram os filhos

para não perder a tradição

os cortes eram com o velho João

 

Agora estou aposentado

os poucos fios que restam.

quem os aparam é o velho João

Poxa, como ficou velho o velho João.

 

 Samuel De Leonardo (Tute)

 

Nota do autor:

É fato, o João era um antigo barbeiro do bairro onde eu morei nos primeiros 28 anos da minha vida na Capital Paulista.

Eu o conheci ainda criança e sei que o seu salão já estava por lá há anos.

Mesmo após o meu casamento, minha mudança para São Bernardo do Campo, com os meus filhos pequenos, depois adolescentes, eu frequentava o salão com eles.

João, o Ligeirinho, manteve a sua barbearia por várias décadas.

Já faz alguns anos que ele partiu.

Nem sei por que escrevi este texto. Talvez o meu subconsciente resolveu fazer uma pequena homenagem ao João, o Ligeirinho.

 

 
 
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EFEMÉRIDES

EFEMÉRIDES

 

É ano novo de novo

de novo é novo ano

 

O ano velho se foi

se foi o velho ano

 

Talvez o velho que se foi não seja tão velho

e, quem sabe,

o novo que chegou não seja tão novo

 

O que ficou, pra trás ficou

deixemos o que de ruim passou

 

O quem vem por ai, vai melhorar,

precisamos acreditar

 

Rápido, o tempo avançou

o frio calendário na parede tudo registrou

 

Estático ele é frio, ele é sólido,

mas os dias passam como um bòlido

 

Mês a mês ele os feriados indicou,

Lua nova, Lua cheia, nunca errou

 

De segunda a segunda, de domingo a domingo

fizemos um "xis" como se marca o bingo

 

A folhinha é quem avisa, é quem mede,

lembretes de cada efeméride

 

Descartamos a folhinha da Rainha do Comércio, vencida

substituimos por outra, como se fosse possível substituir uma vida

 

Tem nova folhinha da Rainha do Comércio na parede

Na parede tem nova folhinha, vida que segue

 

Mais um calendário na parede, como tantos outros cheio de esperança.

Cabe a nós a fé e o esforço, com afinco.

QUE VENHA DOIS MIL E VINTE E CINCO!

 

 

Samuel De Leonardo (Tute)
 
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O MEU PRESENTE DE NATAL

O MEU PRESENTE DE NATAL

 

Pessoal, é fim de ano de novo,

Incrível, outra vez é Natal.

Tem amigo secreto meu povo,

Mas falta dinheiro, o principal.

 

Presente para você nem pensar,

Estou duro, um pouco quebrado.

Um versinho posso lhe ofertar,

Fique então com este agrado.

 

Melhor do que nada receber,

Pois presente não é compromisso.

Você há de compreender o momento,

Se contente com apenas isso.

 

Algo gostaria de oferecer

O que vale é a lembrança

Acredite, não vou te esquecer,

Para o próximo ano há esperança.

 

Desejo estar contigo todos os dias de todos os anos

Reunidos para brindarmos e celebrarmos nossas vidas

Simplesmente sem frescuras, só abraços, sem planos.

Como só tivesse a chegada, nunca as partidas.

 

 

Samuel de Leonardo (Tute)

 

 

 

 

 

 
 
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DANÇA

DANÇA

 

No imenso salão dos sonhos

Bailo com ela em meus pensamentos

Em silêncio versos componho

No embalo dos meus sentimentos

 

Envolvido por lindas melodias

Viajo por entre nuvens, em devaneio

Meu corpo transborda energias

Por ela mil desejos anseio

 

No compasso da música eu danço

Sinto todo o meu corpo flutuar

A contemplo, linda, vestida de branco

Desejo tudo, menos acordar

 

É um raro momento de emoções

Ecoando em perfeita harmonia

O pensamento se perde entre canções

Transformando tristeza em euforia

 

Sublimes são seus passos macios

Perfeitos num dois pra lá, dois pra cá

Preenche com ternura os vazios

Momentos como este não haverá

 

Mas sonhos não são de verdade

A orquestra anuncia o último canto

Acordo nos braços da saudade

Envolto em gotas de pranto

 

Outra noite há de chegar

Quero adormecer com rapidez

Novamente com ela sonhar

Nem que seja pela a última vez

 

 

Samuel De Leonardo (Tute)
 
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METAMORFOSE

METAMORFOSE

 

Eu lembro muito bem

Era ainda um fedelho

Não tinha pra ninguém

Diante de qualquer espelho

 

O tempo passando

No rosto o primeiro pelo

Espinhas se espalhando

Eu me cuidando com muito zelo

 

O corpo se moldando

Hormônios à flor da epiderme

O mundo se revelando

Uma vida ainda em germe

 

Sem percebemos já somos adultos

Nossos aniversários são somados

Avançamos sobre tudo, absolutos

O tempo cada vez mais consumado

 

De repente o primeiro amor

Descobertas em profusão

Um misto de felicidade e dor

Entre o sentimento e a razão

 

Prazeres são apresentados

Os desfrutamos com arrojo

Eles nos deixam embriagados

Nos viciam a cada gozo

 

As coisas ficando sérias

Por vezes certos encontros

Vida circulando nas artérias

Vezes outras, desencontros

 

Sem saber, atingimos o ápice

A vida tem os seus encantos

O bebemos como vinho no cálice

Entre sorrisos e entre prantos

 

Cada dia uma realidade

A vida é feita de pétalas

Cada noite uma saudade

Um ciclo que se completa

 

O tempo passa e acontece

A memória se atrapalha

O corpo se entorpece

Uma hora tudo falha

 

Todo início tem o seu fim

O corpo modificado

Viver é mesmo assim

Agora, carece de cuidados

 

 Samuel De Leonardo (Tute)

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CONTA-GOTAS

CONTA-GOTAS

De gota em gota uma hora o mar transborda.

Depois da primeira mão vem a segunda demão.

Devagar demora mais pra se chegar ao longe.

Balas pedidas sempre atingem um alvo.

O ótimo pode até descer ao nível péssimo, mas o péssimo jamais atingirá o nível médio.

A justiça tarda e por vezes falha.

A justiça é cega, por isso não enxerga certos crimes.

A justiça é surda, só escuta os que falam alto.

A justiça é muda, quando não tem o que explicar.

E por falar em política, no espelho a direita está à esquerda, e vice-versa.

O centrão é uma via de duas mãos, com uma recebe o dinheiro, com a outra guarda no bolso.

Os últimos chegam depois. Já os primeiros, chegam antes.

A espera demora tanto que a gente se cansa.

Deus ajuda quem cedo madruga, por vezes depende do seu despertador.

A fé remove montanha, dinamites idem.

À noite todo gato é macho e toda gata é fêmea.

É de menino que se detesta o pepino.

O voto é secreto, mas ele é revelador.

De médico e de louco todo mundo um dia chega lá.

Nada como uma noite após um dia.

De grão em grão a galinha engana o galo.

Se eu falasse tudo o que eu penso, nem penso em falar.

Depois da tempestade vêm a bagunça.

Amor sem amor não dá em nada.

 

Samuel De Leonardo (Tute)

 

Saiba mais…

SORTE

SORTE

 

 Não é questão de sorte                                                                                                                                                                     Para viver esta vida é preciso porte

 Não é questão de sorte                                                                                                                                                                         Para viver esta vida tem que ser forte

 Não é questão de sorte                                                                                                                                                                   Viver não é um jogo, muito menos um esporte

 Não é questão de sorte                                                                                                                                                                   Viva esta vida por inteiro, sem recorte

 Não é questão de sorte                                                                                                                                                                   Viva cada dia com se fosse um filme, sem cortes

 Não é questão de sorte                                                                                                                                                                  Viva como a bússola, sem perder o norte

 Não é questão de sorte                                                                                                                                                                       A gente vive até que chegue a morte

 Então viva o agora, sejamos felizes,                                                                                                                                                     o quanto o nosso coração suporte.

 

Samuel De Leonardo (Tute)
 
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CRÔNICA DE UM AMOR ICÔNICO

CRÔNICA DE UM AMOR ICÔNICO 

A Rima se enamorou do Verso, logo transformou-se num romance que nem te conto.                                                                              Entre uma prosa e outra, envoltas em palavras fecundas, surgiram o Poema e a Poesia,                                                                            seres inspiradores, dignos de uma crônica encantadora como nunca escrita na história.

 

Samuel De Leonardo (Tute)

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VENHA

VENHA

Venha como estiver
Venha sem medo
Venha do jeito que der
Venha, mesmo em segredo

Venha, sabes o caminho
Venha que ainda podemos
Venha que terás carinho
Venha, pra que sofrermos

Venha mesmo sem rima
Venha sem o verso decorar
Venha, se anima
Venha pra me alegrar

Venha quero te ver
Venha sem temor
Venha sem temer
Venha, aqui terás amor

Venha me dar um abraço
Venha saciar minha fome
Venha suprir meu cansaço
Venha, sua ausência me consome

Venha, aqui têm flores
Venha sem arrependimento
Venha curar minhas dores
Venha amenizar o sofrimento

Venha, sabes o endereço
Venha, é o mesmo lugar
Venha, por sua falta padeço
Venha, quero te abraçar

Venha que te espero
Venha, a hora é certa
Venha que te quero
Venha, a porta estará aberta.

 

Samuel de Leonardo (Tute)


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CPP