Posts de Zaira Belintani (8)

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PRIMAVERA

 

Ontem, na noite calada

Um ruído me acordou

Tamborilou no telhado

Em ritmo compassado

Pensei, a chuva voltou!

 

Gotas brilhando no ar

Através do vidro eu vi

A luz no chão se espelhar

O céu a terra visitar

Detalhes que não perdi.

 

Pela manhã, dia lindo!

Renova a floresta em vida

Em meu jardim já florindo

Curiosos vão se abrindo

Os botões de Margarida.

 

Iris, Cravinas e Rosas

Valentes da longa espera

Ressurgem bem mais formosas

Anunciando, orgulhosas:

- Estamos em primavera!

 

Zaira Belintani

 

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Mensagem do Vento

 

Mensagem do Vento 

 

Eu li nas entrelinhas do vento:

“Espera, que a chuva não tarda a vir

Lavar as cinzas e alentar a terra.”

 

“O sol vermelho das densas manhãs

Há de brilhar na limpidez do azul…”

Um dia, novas flores nascerão.

 

Em meio aos restos carbonizados.

 

Dos que não puderam fugir das chamas.

 

Zaira Belintani 

Imagem: Belintani_z

 
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SEM CORAÇÃO

SEM CORAÇÃO 

Venho percebendo
vazia sensação
aqui em meu peito.
Procuro e não entendo,
sumiram meus sentimentos!
Onde está meu coração?

Mas que distraída sou!
A vida me obrigou
a fingir-me de forte
e meu coração sufoquei.
E agora, onde está?
Coração, obediente,
por que te mandei calar?
Perdoa essa demente,
volta para o teu lugar!


Coração, brincalhão,
por que te escondes de mim?
Não acho minha alegria,
minha ilusão teve fim.
Nem sei mais do meu amor!
Minhas lágrimas, cadê?
Fugiu-me o brilho do olhar.
Quão feliz eu seria,
se pudesse chorar!
 

Zaira Belintani
 
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VELHO CORAÇÃO PARTIDO

VELHO CORAÇÃO PARTIDO

(Poesia concreta)

Os olhos

fechados

e descrentes

não viram

o amor chegar,

acenar, e,

ignorado,

partir à procura

de outro olhar.

Enquanto

a navalha

da escolha

fere a alma,

o velho coração partido

na figura distorcida,

vive a memória

que ainda

sangra,

arde,

Dói.

- Ai!

❤️

Zaira Belintani

 

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ENCONTRO POÉTICO

Encontrei a poesia

Nalgum lugar do passado

Numa tarde em que chovia

Na doce melancolia

De um olhar apaixonado

 

Ou foi em meio à neblina

Enquanto o sol despertava

Iluminando a campina?

Meu coração de menina

Em verso se inebriava

 

Talvez, quando ao acordar 

Dentro da noite, enternecida

O sonho a me visitar

Um poema estivesse lá

Qual flor para ser colhida

 

Porém, é irrelevante

Como tudo começou

Uma memória, uma utopia

Meu caminho  tem poesia

E foi ela que me encontrou

 

 

 

Zaira Belintani
 
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Monodrama de um Banco Vazio

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Monodrama de um Banco Vazio

 

Este tapete macio estendido entre meus pés,

folhas mortas e flores que o outono juntou,

sabe mais do que as estrelas, eternas curiosas.

 

Pois a névoa, que consigo a noite traz,

estende sua cortina densa e leve,

envolvendo o cenário gentilmente.

 

Uma saudade fez aqui sua morada.

 

Dorme em meu colo, nua e abandonada.

Zaira Belintani
(Indriso)
 
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CPP