OPARÁ

 

12383743694?profile=RESIZE_400x

OPARÁ

Eu voltei

E lá você ficou

Ao sabor dos ventos

E aos beijos da terra

Ficou no mesmo lugar

Resvalando pela tarde

Sussurrando na noite

Banhando-se de luar

Rasgando as manhãs

Para não perder o primeiro voo

Das primeiras aves

No despertar da mata 

No calar dos sonhos

No choro do orvalho

Cheirando a húmus

 

 Eu pedi ao tempo

Que não toque em nada

 

Os patos selvagens, todos os dias

Mergulharão atrás de vida

Cigarras invisíveis 

Hão de agitar suas asas

Ensurdecendo a floresta

Na hora mais quente

 

 Sob árvores centenárias 

Na borda do ancoradouro

Quando a natureza permitir

Sempre haverá 

Um banquinho e um pescador 

 

Um pescador enternecido

Com a astúcia do peixe

No momento dourado

Um salto contra a luz sol

 

 Eu parti com a correnteza

Como tudo parte, sem escolha

E se algum dia você puder

Transbordar de saudades

Duas águas se encontrarão

No manancial dos olhos meus

 

Opará: Rio-mar(nome dado pelos indígenas ao rio São Francisco). 

Poema e imagem:  Zaira Belintani

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Gestores

    Uma linda homenagem a esse rio. Parabéns Zaira.

  • Maravilhoso poema!

    Parabéns, Zaira!

     

    • Gratidão, escritora e poetisa Márcia. 

      Abraço.

  •  

      Quanta ispiração poetisa! Parabéns!

    • Muito obrigada, poetiza!

  • Boa tarde meu amor de poetisa: —

    Fiquei encantado com teu poema, principalmente, pelo Opará nome indígena do velho "Chico".

    Parabéns e um beijo poético pra ti.

    JoãoCarreiraPoeta 

    • Gratidão, poeta!!!

      O Velho Chico me atrai com seus mistérios....

      Abraço. 

This reply was deleted.
CPP