Em minha rotina de viagem
o destino me levou para outra realidade
sentou-se ao meu lado um ser angelical
seus cabelos loiros e sedosos
iluminavam seus olhos
que esqueci do relógio
Será que estou no céu?
seus contornos destilavam mel
sua face era pálida como papel
tão gentil no falar, parecia música
que estava a soar
com o revés que surgiu de momento
recuperei-me da ilusão por um tempo
que me colocava com o coração no céu da ilusão
porém os pés presos na terra do pensamento .
caminhos que percorri
que me afastaram de ti
pegadas deixadas na areia da praia
não dizem quase nada
o mar já levou...
todo amor que ficou
o brilho do amanhecer, não fará resplandecer
o que antes havia entre eu e você
Hoje me encontro no cais
cercado pelas lembranças de atrás
de um amor que aqui jaz.
L.P em 30/03
Correndo pela rua
escorregando pelas nossas mãos
esgueirando-se nas esquinas
à procura dos desavisados
quem sabe eles possam valorizá-lo?
Estás na aflição da dona de casa
encolerizada com a labuta diária
para aqueles que dormem nas praças, já perdeste a graça
dos homens ele dá gargalhada, pois, os transforma em nada
diante da grande ilusão de tentar controlá-lo em vão
Prazer, Senhor tempo! desprezado pelos néscios e dos donos de toda razão.
L.P em 29/03
Não me surpreendo
nem tão pouco compreendo:
porque o barulho da bala,
corpos de criança e mulheres
jogadas no meio da praça.
Uma piada sem graça
retrato da desgraça
para o mundo televisionada.
Não me surpreendo
nem tão pouco compreendo:
o egoísmo e tirania
reinantes no coração
do homem civilizado
que com seus acordos e tratos
condena a morrer de fome
aquele que é mais fraco
subjugando- os como farrapo.
Não me surpreendo
nem tão pouco compreendo:
todos esses seres mesquinhos
e me me aproximo dos "selvagens" espalhados por toda parte
descamisados, desolados, ultrajados e escondidos
em uma aldeia de sanidade e solidariedade
da qual jaz há muito
desconectada da realidade.
Léon Poeta - Em 28/03
Vez em quando meu pensamento vai vagueando
para um lugar desconhecido de mim
da qual minha existência
não será capaz de chegar
São sensações, observações, experiências...
Que o corpo não alcança, porém a mente se adianta
produz lugares, frases e olhares nos limites da percepção
quem dirá o que é ou não?
causa estranheza para o cérebro pensar
que a refração do luar
interfere naquilo que estás a contemplar!
É verdade, nesse órgão não devemos confiar!
já que tudo que estás a olhar
depende daquele que estás a observar.
corpos celestes
corpos terrestres
dançam na vastidão do universo, todos são matéria!
a última incompleta.
sonhando ou acordado ?
observo aquele quadro
será mesmo que está ao meu lado?
ou fora colocado por um gênio indomável
que quer encher o meu saco!
corpos que no espaço se convergem para produzir finalidade
molda se a causalidade a qual os formou
Que a ninguém se revelou.
Seus cabelos vermelhos
tem a cor da sedução
nesses fios sedosos e macios
fico como cão no cio.
Chega a causar-me arrepio
sentir seu cheiro juvenil
menina faceira, sabe aonde
pode me levar.
Ao abismo ou a loucura
experimentaria sem culpa
o desejo e a atração
alimenta a ilusão
De tê-la em minhas mãos
fagulhas da paixão
de um velho coração
cheio de tesão.
Que busca reconciliar-se com o tempo
e viver o gozo menino
enquanto sua vida vai se esvaindo.
Perdi seu contato
a saudade fala alto
quando lembro dos momentos ao seu lado.
Perdi seu contato
quis o destino afastar-me
para longe dos tentáculos dos seus braços.
Perdi seu contato
delicioso seria poder beijar seus lábios.
deleite incomensurável!
Perdi seu contato,
Acho que não foi por acaso
Se estivesse ao seu lado
estragaria esse momento mágico.
com o olhar perdido no passado
almejo encontrar
sentido no que restou de mim
depois de tantas lembranças, emoções, decepções
mudanças e andanças
difícil reconhecer-se em si
ficaram os cacos, da janela...estilhaços, lanças machucam as mãos
do soldado que sangrando
insistiu na batalha ,pois acreditou ao final sair condecorado
porém é uma medalha esquecida no armário do passado
cicatrizes na alma daquele que se acostumou a conviver com sua dor.
Todos perguntavam:
porque ele havia surtado?
Como podes alguém viver naquele estado?
é um verdadeiro descalabro.
Alguém que tinha tudo,
poderia ganhar o mundo. Por quê?
Porque a vida o tem sufocado?
Ela as vezes deixa a gente amargurado.
correndo para todo lado
buscando encontrar resultado
Em perguntas ou afirmação
como alcançar a razão?
Em tempos sombrios, de muita aflição,
da alma inquieta, querendo ser descoberta.
Quis prender-te aos meus cuidados
porém nasceu para ser livre.
Livre do cativeiro
que insisti em lhe impor com minha presença.
Pensando em fazer-lhe bem
quis mudar a natureza
de um ser acostumado a bater suas asas
e experimentar novos horizontes.
Ficaram os momentos felizes
como também cicatrizes
deixadas na curta passagem
de um passarinho que voou para
longe de seu ninho.
Olhares que contemplam o fruto jamais saberão quando estará maduro.
Em tempos de seca, brotar é um ato resiliência
A chuva outrora caída a conta gotas, abasteceu-o de força
dissipou medos e covardia
na esperança que um dia possa alimentar
aqueles que não hesitam em provar.
No outono a natureza padece
a folha caída da árvore, alimentará o solo tão pobre
Aquela que um dia fez -se bela
tombou com o vento forte, agora significa a morte
Existirá na lembrança de quem teve sorte
de ver a vida acontecer nesse grande ciclo que é viver.
Lancei-me no mar das palavras
As ondas que quebravam na praia arrastou - me para dentro de mim
Perdido que estava,
me encontrei.
Entre os versos e rimas que formei , nelas me doei
Como pode viver o marujo tão longe de navegar?
Se o destino estás a cruzar?
Coragem não lhe deve faltar!
Para vencer os monstros marinhos de além mar,
aquele que expressa suas métricas, não pode "amarelar"
,pois, sabes que na curta viagem estás de passagem
no oceano da linguagem que um dia o emudecerá.
Seu rosto pálido
lembra- me a pintura de um quadro.
Seu corpo esguio
parece tão frio
Tal como recebeste nas ruas.
Por onde perambula, andando sem destino
Porque escolhera este caminho? por vezes tortuoso?
Talvez o desgosto
de uma vida amargurada.
Pela sociedade, hoje és renegada, contudo, livre.
Até quando permitires
A foice do destino que arranca do seio da terra flores mui belas.
És uma terra de contrastes
Destaque nas várias faces de quem vive sua realidade
Desde o nascer explorada
para muitos hoje és casa.
Como grande família tem - se algumas brigas e particularidades,
porém, há no coração desejo de unidade.
Avante! por uma América Latina Liberdade!
Desespero em Brasília, querem levar até a mobília
mas que família! Família Brasileira?
Aquela mesma herança portuguesa
Veja que tristeza, o povo continua na pobreza
Enquanto eles esbanjam riqueza
Não era para ser assim, dissera o filósofo que a democracia tinha um fim.
Um pena vê-la assim!
Com suas estruturas abaladas, poderá ser grande sua queda!
Enquanto o responsável pela tragédia, diz que não é sua culpa, pois acredita que entre mortos e feridos, dos dele salvar-se-ão todos.
Olhou para traz avistou um pobre rapaz.Achando -se incapaz de dizer -lhe algo que apraz, calou-se! deixou o pra trás.
No crepúsculo do tempo, girando em torno de si
lembrou-se daquele moribundo
que para todo mundo parecia invisível
Suas roupas sujas, a negrura em suas unhas e o semblante envelhecido revelavam o quanto não havia cuidado
Sentiu - se como um trapo.
Quisera voltar e ajudá-lo em algo,
porém ,temia encontrar o que seria revelado
aquele sujeito era seu segredo
de onde se via refletido no espelho: o seu passado.
L.P
Saí sem despedida,
querendo ficar!
viver a paixão
que estava no ar.
Foi tudo tão lindo!
quando encontrei você no caminho,
mudou minha trajetória
faz parte da minha História.
Como poderei saber se iria perdurar?
só sei que seu olhar de menina me fez viajar
desejaria nunca acordar do lugar
onde os amantes vivem a sonhar
Foi tudo tão belo!
que no fundo do peito espero
um dia voltar a te encontrar
e contar-lhe da minha saída
sem explicar...
