Chego tarde no meu bendito lar
Estive andando pelas ruas a trabalho
Uma certa dificuldade para respirar
Chutes no rosto e nas pernas machucaram
Foram tantos que até me sangraram
Na pia da cozinha me prezo e me encontro
Aqui neste lugar da cozinha um ponto
Encho a chaleira de água para ferver
Um chá ainda sei fazer de camomila.
O saco de gelo aponto no calombo no rosto
Um caroço de inchaço de soco, mal posto.
Porque não conversaram comigo,
…não era para ser assim , falar não é proibido, é conveniente.
Veja bem se é o mal contra o bem,
independente se é para o mal ou o bem.
É conveniente conversar.
Não tem nada de conivência…não é a aceitação do que não foi combinado.
Há muita violência sem necessidade.
Há muita crueldade…
“ E as pessoas nem sabem porque agem com tanta desumanidade”
“Agem no altar de um descontrolado controle remoto”
“Impossível ver, assistir e disto tudo ser a vítima”
“É uma humilhação profunda na carne “
“Conversar em qualquer ocasião pode ser
a imersão na razão do pleno entendimento”
“Conversar com a mente e a alma é o alimento atento”
O cheiro forte é o uso errado de bastante alho aqui nesta suja pia…mal se cozinha…
Disse que eu havia chegado no Lar.
Há danos a reparar por aqui, que por algum engano.. Não é um lar…
é somente uma casa. A casa em que durmo.
O lar me foi roubado, me foi tomado à força.
Carregava um lar e até diria um amuleto.
Quem explicaria que era muleta.
Guardava em meu dedo em minha alma.
Aquela promessa de Amor eterno e jurado
A minha aliança com o nome dela foi gravado.
Era a forma errônea de eu dizer …
Estou casado para a vida inteira, vida eterna, tenho um Lar aventureiro , sim, Lar verdadeiro..
Nesta minha casa as feridas das agressões neste assalto e roubo….
Serão curadas mesmo com cicatrizes.
Estou aflito com a perda e perdidas intuições.
Vivo um lado avesso de muitas emoções.
Retornarei aos lugares em que me levaram
Todos estes cinquentas anos de casado
Tudo gravado nesta minha aliança
Agora, faz alguns minutos roubada por ladrões
Que vivem às custas da desgraça do próximo.
O celular ficou comigo porque escondi dos abutres ladrões.
Eu trocaria e pegaria de volta minha gravada Aliança
Trocaria por este meu celular…
Não sei quanto eu ainda teria de retornar de valores para compensar a diferença de preços entre a Aliança de Ouro e o celular.
Irei encontrá-los…Terei coragem de negociar…Não sei….
O que farei com meu inconsciente da mente.
“Que se faça dele o inconsciente nas profundezas da alma uma casca dura para que eu possa sobreviver”
Pois sei que de hoje em diante nada vou esquecer.
Como reduzir este meu sofrimento.
Da perda do meu principal alimento.
Minha aliança de ouro que está gravada com o nome dela. O meu arremedo de Lar…Meu verdadeiro Lar…Incongruências da vida …
Fim
ADomingos .
Janeiro de 2025
Comentários
Antonio
percebi que na narrativa real as coisas fujiram do normal
em vez de conversas, eternas agressões
a paz virou em guerra
roubo é roubo não existe troca
o bandido teria que devolver se não adulterassem a lei no momento presente
e encontrar os bandidos poderia resultar numa morte onde a aliança perderia o valor real
mas entendo que não é a aliança e sim o coração do poeta que registrou durante estes anos tudo o que foi e é vivido com amor
um abraço
Obrigado Prezado Poeta Davi.
É uma Poesia e a aliança é a sobra que resta de importante para o Poeta personagem.
Claro que na vida real não haveria condições de negociar com bandidos.
Estes dias eu pensei...Em vez de celular, se o celular não existisse esses bandidos iriam roubar jóias com brincos, alianças, relógios e etc...
Nesta semana ouvi uma notícia na televisão de uma senhora que caminhava às 4:00 h da manhã sem celular para não ser roubada.
Os bandidos cercaram a senhora e arrancaram a força a aliança dos dedos dela...Uma aliança de 49 anos de casada.
Ela reagiu e teve fraturas nos dedos e Incrível como os bandidos de ruas é de motos estão roubando tudo e agredindo e matando.
O mundo anda descontrolado.
Abraços e obrigado
ADomingos