Andarilho

Venho caminhando faz algum tempo
Há pouco com minhas próprias pernas
Desobedeci e nem imaginava que o vento falava
Caí fiz cair saí de meu bando e aticei manadas

Não por maldade apenas não sabia como ser diferente
Nem que eu de fato poderia ser assim nem sei ao certo
Acho que já era apenas não percebia porque apesar de tudo
Sempre doeu e dói ainda e não entendia que poderia aprender
Mas fui aprendendo o que nos diferencia é como lidamos com ela

Enquanto andarilho fiz paradas algumas moradas
Perdão nunca foi intenção machucar qualquer um
Quando o egoísmo e o orgulho nos manipulam
Brincam de forma cruel e insensata
E sei que não nos isenta de nossa responsabilidade

Mas quando nos é revelada a realidade de “céu e inferno”
As visões e reações ao mundo tem que ser alteradas

Nisso tudo eu só queria aprender a tocar um instrumento
Quem sabe escrever uma canção...

Não quero que as quedas se repitam e por isso aprendi ( não ainda não)
Que tenho de fazer sorrir e de algum modo também o fazer

Passei a ouvir o vento
E se ele pode alterar a direção das marés
Imagine o que pode fazer comigo e minha fé

A vida segue em ciclos
Entramos e saímos por aquela estação
Deixando aqui em cada passagem versos reescritos
Alteramos nossa cor aprendemos o sentido da dor

Chegamos a um planeta com tanto a aprender
Que os que vivem na interseção parem de brigar entre si
Que se valorize acima do saber dos livros
A prática de estender as mãos de alimentar com o bom pão

As palavras que trago não são frutas maduras
São ainda ácidas e precisam de fé para alterar o sabor
Eu sinto o calor do vento
Lamento por quem ainda não o faça
Sinto a noite e seu abraço porque
São nesses momentos que inspiro fundo e agradeço

Agradecer pelo e ao corpo que vestimos
Esse que feio ou bonito seja de qual cor
Nos permite trabalhar pelo licor da vida
Por existirmos graças a uma família que nos aceitou
Pelos girassóis libélulas e borboletas
Pelo que não podemos ver agora
Mas iremos ser amanhã nesses mundos que Ele criou

Se eu voo atrás das estrelas?
Sim eu voo e vou assimilar tudo que inspirar
Durante o balançar de minhas asas porque
Quando acordamos ao mínimo de nossa Fé
Abre-se um caminho de luz à nossa frente
E não vou desperdiçar dessa vez ( assim espero)

Somos responsáveis por encontrar
O trajeto até nossa felicidade
Isso não se chama egoísmo
Por mais que tentem nos cegar com a ideia

Se não estiver satisfeito comigo
Não poderei ajudar qualquer um
Para que eu possa ser uma usina magnética
Transmitindo energia através de minhas mãos e olhar
Terei que transformar cada ferida aberta em nova cicatriz

Perdão pelas longas palavras
Mas longo também será o aprendizado
Abençoado seja o ciclo da vida
Abençoados sejam cada um de nós
Fiquem com Deus.

Carlos Correa

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