Eu vi quando ela pegou a banqueta e se sentou
Percebi quando o mar senhor bravio se aquietou
Era como que se ele quisesse chegar ao convés
E assim o fez deitando-se quando sentiu seus pés
Eu vi as estrelas aglomeradas esperando aquela moça
Havia uma inquietude diferente naquelas madrugadas
Vi gaivotas em voos noturnos pousadas sobre as poças
E ela tocava noite após noite fazendo do mar sua estrada
Eu não entendia como alguém poderia ser tão sozinha
O navio sempre cheio de vida de gargalhadas de horizontes
E a cada madrugada eu a via em seu piano em sua rapsódia
Certa vez vi os anjos e eles vinham acreditem aos montes
Até que numa noite sua banqueta permaneceu vazia
O mar não aquietou e socou repetidamente aquele navio
As gaivotas insatisfeitas e preocupadas grasnavam sua agonia
Mas vieram os anjos e estavam silenciosos longe de seu feitio
Naquela mesma madrugada o navio enfim encontrou um porto
E os anjos a levaram cantando todas suas canções preferidas
Às vezes acreditamos em poesias em finais felizes para nossas vidas
Mas os caminhos são diferentes não são feitos de um ou outro acordo
Quanto a moça nunca mais a vi tocar até que numa noite já passada
Ouvi o vento forte golpeando a vidraça vi gaivotas em voos notívagos
Vi o fogo se acender vi um piano negro vi os anjos a vi bem ali parada
Ela sorriu tocou uma canção ainda estava sozinha vi em seu âmago
Para alguns a solidão simplesmente não passa
Até que você entenda a letra de sua própria canção...
Deus abençoe os que sabem ouvir
Carlos Correa
Comentários
Oh João...que dom nada...obrigado de coração por vir. Fica com Deus
Linda narrativa poética, parabéns meu amigo.
Olá Jorge, obrigado cara, fica com Deus.
O importante é seguir. Tudo se transforma.
Adorei o teu poema. Gosto do teu estilo.
DESTACADO.
Margarida...minha querida amiga, obrigado viu? obrigado por tudo...Deus a abençoe
Parabéns Carlos Correa.
um belo e sensível poema.
Abraços
JC Bridon
Meu amigo..obrigado por seu carinho. Fica com Deus