Asilo

Já é noite e posso ouvir as vozes chamando
Ouço cornetas ouço sinos alguns tambores
Há um cheiro de sangue e os lobos uivando
Se divertem com o rebanho e seus louvores

Ouvi dizer que muitos nunca mais deixam a madrugada
A brisa espalha o pó que logo corre pelos rios cinzentos
Outros vi mergulhando em lagos secos de cima da sacada
Velas se acendendo para vozes que deixaram dores e talentos

Mas dizem que no meio da noite surge um facho de luz
Bem em cima de um homem grisalho e de barba por fazer
Ele traz nas mãos um sax ninguém vê bem por causa do capuz
Mas aquele som meu irmão é sinistro estranho tem um poder

Tem gente que sai correndo fugindo como se visse fantasma
Mas eu já vi muito lobo ficando manso ouvindo aquele som
Tem gente que tem ranço e outros vem só ver o que se passa
Seja quem for tem um dom quando ouço penso em algo bom

 

...e meus pensamentos sempre foram meus fantasmas...

Deus abençoe os locais seguros
Carlos Correa

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Comentários

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  • "E meus pensamentos sempre foram meus fantasmas..."

    Acredito que os meus também!
    Parabéns, Carlos pelo belíssimo texto!

    Um abraço da amiga Márcia

  • Amei teu texto! Há sempre algo ou alguém que nos assombra na escuridão.

    Uns vem para o bem, outros nos levam para o além!

    Parabéns Carlos!

    DESTACADO!

  • Os fantasmas tem vários formatos... são vistos diferentes dependendo de quem vê.

    Todos nós temos os nossos fantasmas

    Parabéns pelo belo e inspirado poema.

    Abraços de Antonio 

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CPP