Avenida das quimeras

Avenida das quimeras

Neste instante que sozinha
Caminho pela avenida
Com a lembrança de um dia
Quão feliz aqui trilhei!
A saudade se avizinha
Daquela beleza ávida
Revertida de alegria
Que se foi onde não sei.

Caminho pela avenida
Hoje, com olhos tristonhos
Pois, tudo é tão diferente:
O florido não é o mesmo
Belas horas já vividas
Com os meus olhos risonhos
Com passos que lentamente
Andava por aqui a esmo
Leve e solta sem ter brida.

Com a lembrança de um dia
Cabelos soltos ao vento
Cantando canções bonitas
Dizendo de um belo alvor
Com paz e muita harmonia
Com a fé no pensamento.
Mas hoje, a minha alma grita
Por não ter o mesmo ardor.

Quão feliz aqui trilhei!
Avenida das quimeras
Com flores pelos canteiros
Exalando um bom perfume
Que feliz aqui provei
Das floridas primaveras
Onde tudo tinha cheiro
Sem sequer nenhum queixume.

A saudade se avizinha
Quando volto a juventude
E sinto quanto foi bom
Intensamente viver,
Pois, agora em mim se aninha
A lembrança em plenitude
Ao som da eterna canção
Que ouço para reviver.

Daquela beleza ávida
Tão cheia de benquerer
As paredes do meu quarto
Hoje ecoam livremente
Sem que eu pense em minha vida
Tentando sobreviver
De sorrisos que de fartos
Que me acolhem docemente.

Revertida de alegria
São os rastros dessa idade
Onde escrevi minha história
E de saudade me inundo
Quando a lembrar co' extasia
Penso que sou deidade
E nasce em minha memória
Um sentimento profundo.
De nadar na fantasia.

Que se foi onde não sei.
E com magia mergulho
Num mundo que hoje é só meu
Faz morada a utopia
Que devagar inventei
Para enaltecer com orgulho
O que o viver prometeu
No momento em que eu nascia.

Márcia Aparecida Mancebo

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Comentários

  • Muito linda a Poesia.. Parabéns amiga Márcia.

    Somente lendo o primeiro verso de cada estrofe já se percebe uma poesia. Veja que interessante e lindo 

    Abraços de Antonio Domingos 

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