E a vida foi revelando de mansinho
Na canção que canto bem devagarinho
Quem sou neste caminho...
O vai e vem de lágrimas e sorrisos
Teimosia que me leva sempre de volta ao temporal
Os sonhos e abraços de que muito preciso
A dor que carrego e insiste em me levar ao litoral
Sou virgem
Como é virgem a ansiedade do primeiro gozo
Zeloso em teu cuidar
Poeira a se espalhar
Sou mais morcego que andorinha
Livre na noite escravo do dia
Sou deboche sou ironia
A poesia a deleitar teu bosque
Da tua moldura sou a tela
Me arranco da aquarela a tentar fazer-te vida mais bela
Sou criança madura
Música ainda sem partitura
Decerto a outra metade
Do que não faço a mínima ideia
Platéia de meu próprio canto
Sinceridade ao cair do pranto
No meu sangue corre Galo e Sabiá
Percorri por todo o araçá
Cálice do teu Porto
Cais onde atraca esse corpo
A intensidade do fado
Que ao lado do carnaval
Incendeia o anseio
De fazer o Tango sorrir
Sou o que não tem descanso
O tímido sem vergonha que pousa a cabeça na fronha
Sonha na esperança do hexágono favo da família
Onde tu és a rainha
A voz do orvalho na infinita rapsódia
Doçura de minha loucura
A custódia de meu coração
Perpétua em tuas mãos
Esse poema poderia ser o último
Mas creio que virá inspiração e ele ficará pra semana
E a vida é isso de onde tudo emana
Vou dormir que já é cedo o scotch que bebo esvaziou
Ao final do que canto continuei sem entender quem sou
Mas quando penso em você...
Fiquem com Deus
Carlos Correa
Comentários
Sensacional!!!
Angélica, meu agradecimento sincero, Deus a abençoe
Uauuuu!!! Show de versos.
Adorei!
Parabéns, Carlos!
Um abraço
Obrigado Marcia, te agradeço de coração, fica com Deus