CARNAVAL PARA QUEM?
SUELY BRAGA
O carnaval não é produto do pensamento moderno. Ele já existia até na Idade Média.
Quando nos perguntamos o que é o carnaval? Temos que pensar o que é o verdadeiro carnaval. O que é o carnaval popular? Será o desfile de Escolas de Samba patrocinadas pelo governo, pelas emissoras, por empresas capitalistas, que estão visando apenas o lucro, em que a mulher fica com o corpo quase todo descoberto, em que a mulher é exposta como objeto, como mercadoria?
Será o carnaval que é televisionado das ruas de Salvador e outros estados do Nordeste, onde os trios elétricos são os encantos daqueles que querem festejar?
A modernidade está entrelaçada ao capitalismo
que faz tudo pelo lucro. Então qual é o preço para ir a um baile de carnaval? O povo pode pagar o preço para participar de um baile de carnaval?
O carnaval do Rio de Janeiro é o carnaval espetáculo para turistas que acorrem do país de do exterior, para apreciarem o desfile das escolas de Samba, pois o Brasil é destacado pelo seu famoso espetáculo de carnaval do Rio de Janeiro.
O preço de um camarote no Sambódromo pode
custar até setenta e sete mil reais. De acordo com estes preços podemos chamar o carnaval do povo? Não é um evento para o povo, mas um espetáculo excludente. Existem outras formas de fazer carnaval e se divertir sem exagero, onde o povo pode participar.
O povo participa do carnaval de rua com blocos organizados, os blocos das periferias, que desfilam nas ruas, dançam, pulam e cantam, explodindo sua alegria, seus protestos, onde todos desfilam e mostram que o carnaval é festa do povo.
Comentários
Belas palavras, querida e constatações preocupantes. Em uma sociedade líquida, mesmo a diversão se liquefaz ante os olhos repletos de purpurina de incautos e inocentes que querem (e precisam) extravazar seus medos, ansiedades, sonhos e frustrações. Parabéns, querida amiga!
Estimada Suely....
Coadugno com suas colocações verdadeiras.
A diversão cultural está representada nos Blocos e sem Abadás comprados nos desfiles dos trens elétricos em Sabador,o que acho uma exploração .O folião brinca uniformizado na cerca das cordas, incrível e separatista. Os foliões de verdade, povão em sua essência, são os da pipoca.
Os blocos livres em todo território nacional mostram uma diversidade cultural e costumes inacreditável. Tem bloco que homenageou os Beatles, a cultura Indiana e por aí vai .
Desculpas ter escrito demais mas fiquei inflamado com seu texto e suas pertinentes colocações.
Só me resta dar parabéns efusivos, cara Suely.
Antonio
Para quem?... Nos dias de hoje para quem quer, e para quem pode pagar!!! O verdadeiro Carnaval, é de fato como você falou: O povo que vai às ruas extravasar suas alegrias! Meus parabéns. Deus te abençoe.