Chão molhado

Havia um silêncio perturbador
Havia brilho ao meu redor
Mas não vinha das estrelas
Luzes frias de prédios e antenas

Fechei meus olhos tentando tocar a noite calada
Acabei por alcançar a visão dos que não são vistos
Daqueles sem voz esquecidos cercados de seus nada
Numa rotina silenciosa e invisível chego a duvidar se existo

E caminhei perdido por ruas estreitas de chão molhado
Foi quando sua voz alertou-me do silêncio e sua sedução
E as palavras vinham suaves delicadas pareciam ter cuidado
Como uma nuvem que entrega as gotas de chuva com a mão

Fui trazido claro no colo gentil de uma canção
Envolvido por versos e estrofes me sentido amado
Protegido pela mágica de sua voz sua varinha de condão
Eu pude enfim ver o brilho das estrelas bem aqui ao meu lado

Deus abençoe os que ficaram lá
Carlos Correa

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP