Circo Ereré

 Miguelito era um velho palhaço, fazia parte da trupe de um pequeno circo no Ceará. O circo vinha em decadência pois a cultura circense perdera seu grande público no decorrer dos anos, a maioria, principalmente jovens já não tinham atração por essa velha arte do entretenimento.

Ser palhaço era tudo que ele tinha na vida, a cada sessão enchia o bolso de pequenos brinquedos e doces e jogava nas crianças, era a parte que ele mais gostava.

Mais como todo palhaço tinha um segredo, algo marcava seus olhos de uma profunda tristeza e toda vez que a trupe chegava naquela pequena cidade perdida no tempo chamada Ereré seu coração enchia-se de esperança. 

Miguelito sabia que era sua última chance de encontrá-la, pois o Circo fazia seu último recorrido pelo interior e no fim daquele ano encerraria suas atividades.

Nunca a esquecerá, nem o amor nem as palavras e nem a promessa que fizeram juntos, mais já tinham se passado quarenta anos daquele encontro.

Quando a última seção estava por findar ele a encontrou e subitamente seu coração disparou de alegria, mais havia algo errado, ela estava exatamente igual que naquela noite e ele não entendia como podia ser aquilo.

Finalmente quando estava indo encontrá-la ele percebeu que ela caminhava de braços com uma senhora, ela olhou para traz e o encarou por alguns segundos, da mesma forma que antes.

Seu Miguelito percebeu que o tempo também tinha lhe pregado uma peça...

 

 

 

 

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Diego Tomasco

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP