Lá vai o Amarildo
Entrar naquele mato
Com a Maria Branca.
Tonta essa menina
Que deixa aquele safado
Pegar seus peitos duros
E tirar a sua roupa.
Dizia Gilberto Freire
Que o povo brasileiro
Nasceu nos canaviais
E nos terrenos baldios.
Tá vendo aquele menino
Jogando bola na rua?
É filho da Maria Branca;
Nove meses depois
Da brincadeira no mato
Ele nasceu num barraco.
Ninguém viu Amarildo
Nas ruas daquele bairro
Depois que Maria Branca
Apareceu de barriga.
A história virou ditado
Que as mães repetiam
Pra alertar suas filhas:
Quando a barriga cresce,
Amarildo desaparece!
Marco Aurélio Rodrigues Dias
São Paulo, SP, 2016.
Comentários
Gosto de seus poemas. Me divertem.
Lindo demais!
Parabéns!!!!
Obrigado pelo comentário. Incentivo sempre é motivador pra gente continuar praticando. Quem sabe na próxima encarnação a gente nasce um Fernando Pessoa...