Educação Ausente

 

Educação Ausente 

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Instintos ralos suspiros na pele antecede

A fome no banco de madeira de ensino 

Nada a quem de direito aquém procede

Nem que o sol forte de vida tal a pino

 

Merenda líquida água de poço suco em pó

Com bolacha mal carboidrato cadê a bola

Extirpam crianças magras sem cor sem dó

Fome inebriante e insolente assola a escola

 

Os ladrões aos borbotões se sentem ausentes

A justiça própria com imprudência viva se faz

Os porões da miséria misericórdia presentes

A injustiça impertinente juros de mora refaz 



O estojo nas prateleiras é de lápis de cores

Não por onde chegou nem a cor incolor aqui

Está na entrada da porta  soleira de dores

Sonho de partir por um rio sem tambaqui 

 

As rosas com os galhos de espinho  esbeltas

Renovam corpo docente esperança de quimera

O sangue das lutas influentes nas veias celtas

Lá no antepassado mutações nos genes tivera

 

Os cadernos de arame certeza com mil folhas

Perambulam na trilha mas sem qualquer escrita

São duplicados o vazio de ensinos de bolhas

Hoje há alegria no recreio tem banana frita

 

Os professores nunca vêm sempre faltam

Como ouvirão se não há concursos a fazer

Isolamento e poças d'água sapos sei lá saltam

Querem porque querem insetos querer lamber

 

O surdo mudo segue educação largada

Vai itinerante pela estrada da agonia

Salve o hino cantado Pátria amada

Até ouvir o quando virá nova  ventania

 

De linda poética a excelência gramática

Simples estudar do arguto abc sustentar 

A frase se sustenta na áspera  temática

O canto  porvir uma densa Poesia liberar

 

Vôos altos no céu a turbulência sentir 

No espremido corredor tabuada decorar

Não se queira ouvir o corredor mentir

Em breve o professor há de chegar

 

Benção para que verbas haja com respeito 

Viajam em cotas para todo e qualquer lugar

Na trama toda  Educação um quê de direito 

Para todos o amado Brasil qual País alargar

 

Fim

ADomingos

Janeiro 2022

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