Enclave suburbano

 Ainda lembro daquela rua que saia da praça direto até o mercado central, era toda empedrada, agora está escondida, mais aí está, 

O inverno naquele bairro era ocioso e duradouro e eu sentia -me culpado daquelas lágrimas de solidão que guardava  para mim e que nunca chorava, 

Concedía- me uma certa liberdade provisória para poder sonhar, sentia a intensidade e a simplicidade de deixar o tempo passar,e o resto eram as coisas que já não esperava que acontecessem mais,

Ainda lembro daquelas calçadas irregulares onde sempre faltavam pedaços de lajotas, tropeçar era tão normal quanto sentir-se invisível, 

É incrível quando passam os anos e nada muda mais você ainda consegue lembrar de uma rua escondida e de calçadas quebradas, todos esses anos sem motivos pra continuar aqui, todos esses anos pra viver o que não vivi,

E a casa onde estou com você, num enclave suburbano, onde ainda podemos dizer um ao outro te amo, onde á uma constante luta de aprender com atitudes , com brigas e perdões mútuos,

 O inverno neste bairro é um infinito de saudades, um sem fim de lembranças guardadas num baú.

 

 

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Diego Tomasco

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