Enquanto o Mundo Acaba, Eu Insisto

Dedicatória: Para os que continuam insistindo — mesmo quando o mundo desaba, o céu muda de cor e o futuro parece um eco sem resposta. Que essas palavras sirvam de abrigo, faísca e resistência.

 

Poema

 

 

Talvez eu só esteja cumprindo

A meta falida de um sonho extinto…

E sinto que não sou único,

Mas roteiro sendo repetido.

 

Não desejo ser uma cópia

De um corpo já enterrado.

Quero rascunhar meu rumo —

Se é que ainda há algo inédito.

 

Viver será a minha repulsa

Contra o mundo de amnésia.

Mesmo que o céu escureça,

Eu serei o incêndio na floresta.

 

Tenho medo de não poder ver

A doçura desse azul celeste,

O mundo o tinge de vermelho —

Tornando o azul em arte rupestre.

 

“Será que há algo novo no amor?”

“Quantas lágrimas eu irei derramar?”

Quero ter uma vida com furor,

Não já escrita, nem à carimbar.

Viver o meu, não o que herdaram.

 

O mundo avança com tecnologia,

E o ser humano em analogia.

Dependem da criação. Cegos!

Tolos movidos por conta do ego.

Aqui jaz o mundo diante tal tirania.

 

Sou faísca que o progresso não apagou,

E mesmo o tempo não me fez poeira.

Não quero ser o que se relembrou,

Mas quero viver. Quero ser verdade.

 

Ainda que o mundo se acabe,

Mas sigo limpo, mesmo no fim sujo.

Essa história finda com desastre,

E no fim, meu nome não cabe no resto.

 

Deixo as palavras no memorado:

“Não me aplauda, futuro arruinado!”

Vivo e, por fim, nada me arrasa.

Posso me escrever em brasa.

 

Minhá'lma não cabia no mundo,

Em meio à tanta lúcida farsa.

Fui axioma, enquanto durou o teatro.

Sou a última voz — Legado deixado.

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

W.S.R

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP