Escritos de gaveta

Escritos de gaveta

 

Houve um tempo em que fui eu
tua orquídea preferida, ali entre tantas
sem cor ainda, brotinho que da terra saía
que você com carinho e zelo mantinha

Hoje não sou a orquídea, na metáfora do verso
sou rosa orvalhada de um amor inconfesso
Eu que também já fui um jasmim e margarida
agora assumo a posição de flor mais viçosa
e para os outros mais atrativa, gerando cobiça

Outros tantos nomes dão a mim, graças a ti
pois em tua lira expandiste esse conceito de flor
em versos inflados de desejo e puro amor
Ainda assim paira a cisma da flor imperfeita
Para ti, o que realmente sou? A flor que te cativou?

Ora! Como posso de tão longe sentir o sentimento
que contém em teu coração ainda ardoroso e indomável
ainda percebendo na distância o desejo que exalas
quando a pena desliza e o teor do afã ali se propaga

Eu que estou aqui no jardim entre meio a outras flores
todas elas, com perfumes, aromas e diversos codnimomes
exaltando a tua feita num entardecer de enternas esperas
para que o jardineiro fiel, chegue, inspire , atreva-se
e possa enfim, escolher a mais formosa ou cativante
para cuidar sem mutilar, deixando -a no seu habitat
onde sempre poderás olhar e apreciar,
até essa brevidade findar.

 

 

Lilian Ferraz

21/08/2023

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