Eu, o Profeta Ignorante e o grão de areia

 

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Eu, o Profeta Ignorante e o Grão de Areia

 

Eis-me aqui, o Profeta ignorante, não de túnica nem de poder, mas de palavras incertas e perguntas em brasa. Busco, como tantos outros, encontrar explicações para o que sequer compreendo. 

Somos humanos errantes, frágeis criaturas à deriva em um mundo que mal conhecemos, fingindo dominar o que apenas tateamos no escuro.

 

“ A fragilidade da vida às vezes é tão imponente que nos sentimos vermes”

 

 Fugimos de um incêndio interior, sem saber se corremos para alguma vitória ou para a própria derrota.

 

Parece estranho admitir ;

…mas talvez sejamos mais próximos de um objeto inerte do que de seres racionais. 

Agimos, tantas vezes, sem consciência; reagimos sem refletir. 

 

O planeta onde nascemos, tão aparentemente familiar, é um mistério envolto em camadas e camadas de desconhecimento. 

 

O que sabemos da Terra profunda ?

 

Onde bilhões de micro-organismos vivem em silêncio, sustentando o que chamamos de vida que não enxergamos? 

O que sabemos dos mares, com suas marés imprevisíveis, suas correntes, suas criaturas, suas partículas invisíveis que sustentam ecossistemas invisíveis?

 

E quanto ao céu? O que conhecemos das galáxias, das estrelas que morrem sem que saibamos que um dia brilharam? 

Sabemos, talvez, um milionésimo de um grão de areia ;

e ainda assim, ousamos crer que dominamos algo espetacular. 

 

“ Como as nossas limitações nos faz somatizar a fé e nos voltar cada um de nós para a oração proveitosa de esperanças”

 

Há quem diga que tudo é mito, até mesmo a sereia que canta no mar. 

Mas quem pode afirmar com convicção o que existe ou não, quando sequer entendemos os cantos do oceano ou o brilho de uma estrela cadente?

 

E, mesmo assim, com toda essa ignorância, seguimos. Lutamos guerras inexplicáveis, sem saber por que começamos a brigar ou o que perderemos ao final. 

 

“ Todos perdem nas guerras…Os vencedores de uma guerra são igualmente perdedores “

 

Permitimos abismos sociais, econômicos, humanos, como se a desigualdade fosse natural e não resultado de nossas próprias limitações éticas e morais.

 

Mas há esperança:

 

Mesmo com tudo o que não sabemos , é quase tudo, ainda existe algo que pulsa em nós:

 

“ A possibilidade de escolher, o nosso livre arbítrio por menor que seja o nosso limitado conhecimento e sabedoria “

 

As Artes nos parece uma das melhores alternativas e uma válvula de escape para remover ou dispersar parte de nossa ignorância.

 

Tem um papel importante na sociedade e história da civilização humana.

 

A escultura, a pintura, e todas as manifestações das Artes, e destacamos a Literatura, dentro desta “ os escritores, pensadores,filósofos e poetas” “ Aqueles que ainda pensam fora da caixinha rígida “

 

“‘A Poesia é o único sarilho que ao rodar retira água do poço “ 

 

A Poesia é uma humilde alternativa a nossa ignorância, e se posiciona na sabedoria da Utopia…

 

Também podemos escolher a paz, a partilha, a empatia. Podemos valorizar este ínfimo saber que nos cabe e fazê-lo render frutos de justiça, de fraternidade, de respeito ao próximo e com o planeta. 

 

“O pouco realizado pode ser suficiente como antídoto ao status quo “ 

 

“Quase nada podemos fazer para aplacar a nossa ignorância, mas o pouquíssimo que conhecemos e a insignificância que já avançamos é suficiente para que o bom caráter, a boa índole humana possa proporcionar a gente uma duradoura Paz”.

 

Fim

A Domingos 

Junho de 2025

 

 

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Comentários

  • Antonio

    estamos rodeados de tudo e não sabemos de nada

    podemos relembrar o que ja passou no tempo presente

    mas somos incapazes de decifrar os segundos do futuro

    somos cegos e vivemos tateando nos muros

    muitas coisas não compreendemos mas dentro de nós existe uma chama de curiosidades

    que podem levar as felicidades ou as tristezas repentinas

    mesmo com tantas precariedades humanas, existe dentro de nós a centelha Divina

    que molda nosso ser com paz, amor e esperanças

    um abraço

     

     

    • Obrigado amigo Poeta Davi por excelente comentário.

      Esse texto é uma grande reflexão.

      O mundo é muito desigual, ganância, guerras, destruição do planeta e ao mesmo tempo.

      Não sabemos nada de nosso habitat.... Pouco conhecemos e já produzimos uma enorme destruição.

      Abraços fraternos 

  • Aplausos, pela tua excelente prosa poética!

    • Muito obrigado amiga Poetisa Joceilma.

      Uma honra ter sua apreciação aqui no CPP.

      Abraços fraternos amiga Poetisa 

  • Filosófica, social e pontualissimo ensaio sobre o mundo e o eu. Reflexões que valem a leitura. Abraços

    • Sim amiga Poetisa Lilian.

      É uma reflexão sobre as desigualdades sociais e a destruição do planeta, por nós humanos que dizemos ser humanistas e desenvolvidos.

      Abraços fraternos amiga Poetisa 

      Nada sabemos e o pouco que sabemos é para destruição 

  • Caro Antônio, você criou aqui o que vou chamar de; A Grande Reflexão, de muita sabedoria, com seus traços especiais, um enredo admirável, digno de receber um mural. Vamos classificar já no mural, só que é um mural virtual, mas já de suma importância. E tá valendo esse mural pode ser visto por muitos poetas e pessoas. Obrigado pela coragem de escolher meu livro! Parabéns por essas tão amplas reflexões e ensinamentos. Bravo! Abraços!

    • Com certeza é uma grande reflexão..

      Muito obrigado por sua Gentil leitura e apreciação.

      Texto longo é mais difícil de leitura.

      Abraços fraternos prezado Poeta Luíz Anthony 

  • Muito bom seu texto, Antonio

    Li e reli

    Parabéns!

    Abraço

    • Abraços fraternos amiga Poetisa Ciducha.

      Que bom que você gostou.

      Obrigado pela atenção e leitura de tão grande texto.

      Abraços fraternos amiga Poetisa 

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