Faróis de todo mundo

Eu cheguei a pensar que era prazeroso
Gritar tão alto dentro do meu silêncio
Apenas usando versos nada talentosos
Mas falar da vida acorda o velho boêmio

Um cara que dança pela rua simples sorrindo
Fazendo das cordas imagens levadas pelas asas
Dos pássaros da noite um sujeito indo e vindo
Pelas delicadas trabéculas até que volta pra casa

E na frente do espelho o sorriso se deita na cama e dorme
Cansado como se cada grito lhe tirasse um breve raio de sol
Até que um dia a noite chega sem brilho num vazio enorme
E o poeta acaba por se tornar o próprio verso num velho farol

E assim eu vejo os poetas faróis isolados nos oceanos
Desse mundo tentando iluminar o céu mas sempre presos
Em sua própria escuridão terra de um só ser humano
Mas que mesmo em sua solidão mantem o farol aceso

Deus abençoe os faroleiros
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=H9zQ5zsoc_0

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