Fazer amor (para os septuagenários)

 
 
 
 
 
 
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Fazer amor (para os septuagenários)
(inspirada no texto da Camila Dantas)
 
- Então o que vamos fazer?
- Amor.
- Bem, então vou despir-me.- Para quê ?
- Bem, para fazer isso.
- Não precisas de te despir para fazer amor. Essa não é a única maneira de fazer amor!!!- Então como é?- Deixa-te estar com as roupas e vamos conversar até ficarmos cansados, vamos rir por nada e por tudo. Vamos olhar-nos devagar até tentarmos descobrir-nos no mesmo sentimento...Comigo não precisas de despir o corpo, só a alma, vamos apenas olhar um para o outro e conversar até ficarmos sem palavras...E naquele instante em que as palavras são insuficientes para explicar o que sentimos, naquele silêncio infinito, podemos finalmente tocar-nos!
- Tu entendes.- Tocarmo-nos?- Sim, tocar com a ternura dócil de uma carícia que se expande docemente até sentirmos a alma um do outro.- Olha, deixas-me segurar a tua mão?- Sim.
- Tu sentes?
- Esta é uma das maneiras de fazer amor. Amor verdadeiro é sobre sentirmos as nossas almas.Vamos olhar-nos nos olhos por um momento e se o beijo for necessário, ele vai acontecer sem pedir permissão.Vamos conversar até conhecermos todas as nossas memórias. Até conhecermos os nossos segredos mais profundos.Vamos apenas olhar-nos para o deleite mais extremo e requintado.
Deixa-me acariciar a tua alma para sentir o teu espírito e inalar a tua essência. Até que sintamos que somos um, neste tempo, neste espaço...
Agora entendes que existe outra maneira de fazer amor?Amor verdadeiro a que chamo: FAZER AMOR COM A ALMA.
 
Ciducha
 
 
 
 
 
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Comentários

  • Ciducha,

    Você já sabe que gosto muito das coisas que escreves. E este assunto é realmente interessante: o amor na velhice.

    Acho que pode ser a verdadeira prova do amor, pois nessa idade é quando mais um mais precisa do outro, e a entrega total, para se acompanhar, para se ajudar, para sentir que se pode confiar totalmente um no outro quando a gente está triste, doente… isso é que é amor. Outro assunto é “fazer o amor”, aí talvez o corpo já não dá pra mesma paixão ardente da mocidade.

    Relembrei também um poema de Manuel Bandeira, que fala do assunto da incomunicação das almas:

    ARTE DE AMAR

    Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
    A alma é que estraga o amor.
    Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
    Não noutra alma.
    Só em Deus - ou fora do mundo.
    As almas são incomunicáveis.
    Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
    Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

    Meus parabéns, querida amiga.
    Beijos.

    • Que bom que você gostou , Juan

      Você sabe o quanto eu fico feliz e vaidosa com seus "confetes". Eles me encantam e me inspiram.

      Manuel Bandeira , perfeito mas contraditório

      Obrigada sempre

      Beijos

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