Frio na Rua

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Frio na rua 

 

Faz frio

Intenso e imenso

A neve cai solenemente

Congela a minha mente

Mente que congela

O sentimento não espera 

O sofrimento acelera 

Mesmo com algum cobertor

A beira de da hipotermia

É hora dos dilemas 

O café quente passou

A sopa quente digerida

Há como tanta dor

Não há aquecedor

As crianças resistem

Se encolhem feito caracóis

Não há lençóis 

Cobertor fraco doado

Um instrumento zoado 

A tenda está rasgada 

Que coisa bandida

A grama queimada 

Não dá para brincar 

Com bolas de neve 

Faz frio

A rua sente o vento estranho

A praça está cheia

De sangue na veia

De pele arrepiada 

A vida angustiada

Não há renda

Não se tem nada

Cadê a casa 

Onde está a moradia

Que um dia eu sonhei

Onde está minha vida

Aqui parada 

Que destino cruel

Lutei em vão

Saudades de minha criança

Onde se tinha esperança 

 

Fim

ADomingos

Junho 23 

 

 

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