Janela

 

 

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Janela

 

Acabei de mim, fechei a porta estreita

Enojei de mim, lacrei a janela larga

Refugio-me no quarto negro à espreita

De seu sumiço para sempre que praga

Regozijo-me no parto louco a carga

 

Judiei de mim, flertei com a ilusão

Nuvem de mosquito me picou na alergia

Nem sabia o que você sentia, eu nem percebia

Engoli as bolas cheias de gosto de sabão

Larguei minha doce infância de algodão

 

Lembrei-me de teu beijo

Gosto de teus lábios virgens

Onde está o pedaço de queijo

Desabo os dias em tuas vertigens

Alzheimer de nossas enfáticas origens.

  

FIM

Antonio Domingos

22 Janeiro 2021

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