Meia luz

Um sax uma mesa a meia luz de um canto
Alguns tolos poderiam chamar de tristeza
O som do gelo o burburinho macio encanto
De um boêmio solitário longe de sua realeza

Seus olhos refletem o movimento da chama
Observam cada detalhe que vive ao seu redor
O casal que briga buscando um minuto de fama
O bobo do grupo tentando ser um conquistador

A noite revela crueldades como a mulher fatal
Pela manhã era uma menina brincando de boneca
Meninos e meninas crianças de aparência espectral
Os da polícia os fajutos os vencidos por uma soneca

O pianista pensa em retornar rápido para sua esposa
O saxofonista preocupado com as dívidas de um jogo
E o solitário segurando o copo como se fosse uma rosa
No fundo a cada dose a cada cena ele julga ser o epílogo

Mas fica mais um pouco...

E ele acaba enfrentando a pergunta da qual fugia
O que ainda faz ali seguindo os detalhes ao redor
Talvez os tolos estivessem certos afinal eu diria
Ele queria apenas alguém chegando pelo corredor

Que puxasse uma cadeira se sentasse à sua frente
Olhasse em seus olhos e dissesse o que ele sonhava
Finalmente...

Deus abençoe os que ainda acreditam estar sozinhos
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=ih9NbHecpwY

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