Minha sala é silenciosa,
Tem um vaso de antúrio,
Florido e viçoso, bonito,
Que trato com carinho;
Tem poltronas, almofadas
E uma robusta mesa
De peroba rosa, antiga,
Que herdei de meus pais.
Na escrivaninha vetusta
Guardo meus segredos:
Vários papéis rabiscados
Com poemas, recordações,
Pensamentos e sabedoria,
Só pra passar o tempo.
Mas o destaque da sala
É o antúrio quarentão,
Idoso mas muito esbelto!
Ah! Você quer saber
Se converso com a planta?
Temos longas palestras;
O antúrio é meu Platão,
Meu amigo de filosofia,
Com ele aprendo de tudo
Sobre a voz do silêncio
E o que ela ensina.
Marco Aurélio Rodrigues Dias
Juiz de Fora, MG, 16/01/2022
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Obrigado pelo elogio e pelo comentário. Abraço.
Obrigado pela leitura.