minha alma
alma minha alma
que fazes contida neste corpo
impuro que nas linhas
que em minha mão se espalma
tal qual um leque de luzes e trevas
nas ondas das verdes relvas
alma minha alma
perdida nesta lúgubre prisão
sem asas sem ar
no céu na mais completa escuridão
tristes horas que olho com meus olhos de vidro
alguém apagou as estrelas do céu
aperto minhas mãos neste frio entorpecido
alma minha alma
neste finito silencioso tudo é passado
exceto o instante presente
que de tão efêmero
é um sopro alado
que sugado pelas pernas ao passado
evapora-se no ar
alma minha alma
em um salto no escuro
meu corpo desaparecendo
como a fumaça de algo impuro
eu me vejo correndo
neste anoitecer esquisito
alma minha alma
uma estrela pulsando no infinito
alexandre montalvan
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