Não sei exatamente o tempo exato
Que o amor se afastou
Mas lembro-me bem do dia que eu senti a falta dele
Foi no mês de setembro
Primavera a despontar
E o meu mundo em desvario
Na verdade a ausência do amor era tanta
E sua falta de fato já há muito acontecia
Eu olhava e só sentia o vazio de um mundo frio
Frio de amor
Daquele amor que me completava
Fazia-me feliz
Daquele amor pra mim de fato
Foi um despertar
De um engano
Foi eu desertar de uma utopia
Onde o mundo bonito em que eu vivia
Tinha um jardim de flores de plástico
E as caras enfeitadas que me sorriam
Eram apenas fotografias retocadas
Eu nem tive o que jogar fora
Apenas mudei a direção do meu olhar
E fui resgatar o meu mundo esquecido
Nos caminhos vividos
Vi que o meu real jardim secara
Mas que poderia novamente ser cultivado
Afinal dentro de mim o amor não morrera
Apenas estava equivocado em relação aos seus real valor
Hoje me sinto leve, livre e feliz
Vivo o entusiasmo de a cada dia
Sentir o prazer de ver desabrochar uma nova conquista
E nas coisas simples do meu dia
Sinto cada vez mais o amor florescer
Logo novamente setembro desponta
Já termina o outono e o tempo frio
Anuncia mais um inverno
Ando cheia de novidades para quando setembro chegar
Mas uma coisa eu já acertei comigo
Nunca mais flores de plástico.
Glória Anchieta
(Glorinha Gaivota)
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Comentários
Maravilhoso, Glorinha. DESTACADO.
Adorei o seu poema! Aplausos!
Concordo plenamente com você.
Nada de flores de plástico, principalmente quando são colocadas no túmulo dos entes queridos.
Não gosto delas. Não vivo nelas e não sinto-me nelas.
Belo poema!
Parabéns
Abraços
JC Bridon