O fio das luas

Sabe eu queria te trazer um presente
De repente percebo seria um passado?
Algo que pudesse de uma forma... tocar
Uma lembrança algo além do olhar

Então chamei o vento veio de longe cansado
Suave ainda que ofegante alcançou minha face
Permiti que entrasse e num sopro ele se foi
Senti que ele aguardava mas só consegui ali dizer oi

Não sabia com certeza precisava antes
Encontrar o caminho do mar e
Longe era a distância do meu deserto
Até que o vento me mostrasse o que era certo

Clamei pela noite onde as sombras se encontram
O fio das luas conectando planos e desejos
Decidi então que toda aquela poeira e todos aqueles gravetos
Deveriam seguir rio abaixo encher de vida meu esqueleto

Nas mãos tenho a chama que aquece a mistura
Reúno as letras desconexas e as direções erradas que tomei
Por entre pequenos pedaços de respiração acrescento a melodia
Não a noite nunca chega enquanto não se der por afogado o velho dia

Na madrugada de outro sonho
O vento toca outra face
Tinha aspecto de uma criança aprisionada ao chão
De olhos fixos e sorriso aberto ao giro de seu peão

E foi já quando o dia se deu por vencido
E o vento já saía de dentro de mim
Que pude ouvir aquilo que te deixo como recordação
Um presente um passado algo insano que o vento me disse ser uma canção

Deus nos abençoe
Carlos Correa

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