Outrora

Outrora

Outrora, deveras, veio a mim sua graça

Tomando-me pelas mãos me levou para o jardim

Vi meu espírito ficar estarrecido

Outrora repousou-se sobre a casa

Lar cheio de enredos em dia nublado

Sem palavras foi embora

Pensativo e fugindo dos medos meus

Olhei para fora de mim e te vi olhando

Desde sempre ali

-O que quer de mim? Minha consciência quis indagar

Minha alma interrompeu, pois já sabia.

O silêncio era ensurdecedor

Outrora tocou-me nos cabelos como uma mãe toca o filho

O corpo me veio a curvar completamente por inteiro

Sentir o cheiro da terra

O passarinho que se alimenta sozinho

Não estar tão sozinho

Não estar sem ninho.

Não, não estar!

 

Jorge Santoli

@abracoepoesia

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Jorge Santoli

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