Padrão de beleza
Se sou magra deveria engordar uns quilinhos
Se sou gorda deveria fazer dieta
Se sou perspicaz sou atrevida
Se sou recatada, sou pateta
Se sou triste deveria sorrir um pouco mais
Se sou alegre deveria ser mais retraída
A sociedade nunca se contenta
Sempre encontram algo de errado em nossa vida
Os padrões já estão definidos
E poucos conseguem alcançar
Deve-se ser elegante e sensual
mas sem ser vulgar
Deve-se ter o corpo ‘ perfeito’
Cabelo, unha e sobrancelha impecável
Deve-se andar sempre na moda
Para estar minimamente aceitável
Ditam regras sem parar
Regem comportamento, vestuário e até maneira de falar
Criam ‘perfeições’ imperfeitas
Para então nos aceitar
Deveriam mesmo era tratar a todos de modo igual
Sem discriminar
Pensar em como sofrem
Quem estas regras não consegue alcançar...
Com nossas ‘ imperfeições ‘insistem em nos desprezar
Por que é tão difícil -do jeito que somos- nos aceitar?
O padrão de beleza deveria ser o caráter pessoal
Que é mais rico e admirável
Que qualquer outra ‘beleza’ superficial
É mais verdadeiro e encantador
Uma beleza natural
Que não aprecia de modo exclusivo
Nem faz seleção
Que engloba a todos de modo igual
Em um único padrão
Pois a beleza real
não está no exterior,
mas dentro do coração.
Ame-se, cuide-se do jeitinho que é
Não seja o padrão da sociedade
Você é seu próprio padrão de beleza
Faça-se você sua própria beldade.
Nascimento, J.
Comentários
Uma poesia com assertividade e tocando na feria que a sociedade consumista cria nos seres humanos... Parabéns pela poesia.
Obrigada!
Há muito mais o que descobrir numa mulher que não seja o seu biotipo.
Parabéns amiga das letras, Nascimento, J /// digo cara Joyce
Abraços de Antonio
Obrigada!
Grata!