Pedaço da Alvorada

10654868886?profile=RESIZE_400x 

Pedaço da Alvorada 

Hoje sou pedaço da triste alvorada
Abrigo não tenho, sequer direção
Caminho na chuva apagando meus passos
E sigo sozinha com minha aflição.

O traje é simples, me cobre no frio
As mãos se apoiam na muleta que tenho
A flor é o que resta do último estio
A dor que carrego, dela, não abstenho
Pois, nela contém toda sobra do brio.

Por onde trilhei vi as flores no chão.
Vi, rosas-vermelhas na grota abrolhar,
Vi, lírios e dálias e senti emoção...
Pensei ser feliz e o amor encontrar!

No entanto, a beleza o trajeto cobriu
Laços romperam as pessoas queridas
Perdi o caminho, pois, o rio o encobriu
Ser só é a meta que tenho na vida.

Metade de mim, tive que sepultar
A outra metade, nas águas, palmilha
Sem ter aonde ir, sem quem abraçar
Abaixo a cabeça pra rolar as lágrimas
Minha alma tristonha vê o mundo, armadilha.
Aceitando a sina que fora outorgada
Se sente pedaço da triste alvorada!

Márcia A Mancebo
16/06/2022

( Atividade Imagem poesia)

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP