Pedaço da Alvorada
Hoje sou pedaço da triste alvorada
Abrigo não tenho, sequer direção
Caminho na chuva apagando meus passos
E sigo sozinha com minha aflição.
O traje é simples, me cobre no frio
As mãos se apoiam na muleta que tenho
A flor é o que resta do último estio
A dor que carrego, dela, não abstenho
Pois, nela contém toda sobra do brio.
Por onde trilhei vi as flores no chão.
Vi, rosas-vermelhas na grota abrolhar,
Vi, lírios e dálias e senti emoção...
Pensei ser feliz e o amor encontrar!
No entanto, a beleza o trajeto cobriu
Laços romperam as pessoas queridas
Perdi o caminho, pois, o rio o encobriu
Ser só é a meta que tenho na vida.
Metade de mim, tive que sepultar
A outra metade, nas águas, palmilha
Sem ter aonde ir, sem quem abraçar
Abaixo a cabeça pra rolar as lágrimas
Minha alma tristonha vê o mundo, armadilha.
Aceitando a sina que fora outorgada
Se sente pedaço da triste alvorada!
Márcia A Mancebo
16/06/2022
( Atividade Imagem poesia)
Comentários
É o poetar de uma diva, veterana da poesia! Apausos mil!
Obrigada Editt
Bjs
Que a Alvorada possa ser o prenúncio de um lindo novo amanhecer.
Poesia de Excelência
Parabéns amiga Márcia por mais está bela obra. Nossa Poetisa preferida e de valores.
Abraços de Antonio
Obrigada Antônio
Bjs
Belissimo poema na imagem proposta! Parabéns, Márcia.
Obrigada Lilian
Bjsss