Piano da Arte ( em outros tons...)

Em algum momento se acendeu a centelha escarlate
Velhas canções cultuadas em antigas percepções
Trazendo sentimentos novos
Diversificando-se em diferentes versões
De mim e do que vejo

Acaso ou missão?
Graça ou insanidade?
A memória constrói uma ponte um vínculo
Onde ela e a intuição atravessam juntas
Por uma corredeira de lembranças
Mágoas sorrisos e andanças
Não trago comigo a saudade
Apenas deleitosas imagens

Cenas e faces se agregam em odores
Gatilhos que despertam a memória
Sem licença ela te envolve no sorriso roubado
Ou te fere arrancando-lhe a essência da flagrância

Mas a arte nos brinda em cálice de vinho
O poder de encantar a poesia
Sem qualquer necessidade
De caminhar ao lado de Lucy
Em seu céu envolto de diamantes
Na estrada de tijolos amarelos
Temos a canção que nos droga
De forma limpa por dentro da mesma viagem

Arrisco então em insistir em escrever
Em plena luz do dia longe dos braços da madrugada
Em minha própria presença
Danada esta ousadia

Eu lhe fiz pelas lágrimas da chuva
Te moldei pelo barro da irmã terra
Sequei-te ao fogo de minha loucura
E te devolvi como brisa que impulsiona
A neblina que envolve seus olhos

No meu sonho quando ouvir o pio da coruja
Anunciando que a hora se aproxima
Quero deitar sobre a cauda do piano
Criar a melodia e fundir-me a música
Essa misteriosa poesia

Junto ao som da flauta
Sentir o compasso pouco a pouco diminuir o seu volume
Ser recebido pelo cortejo das corujas
E partir...de volta ao fogo
Na esperança de ser acolhido
Nas asas do grande condor.

Deus nos abençoa todos os dias

Carlos Correa

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP