Em algum momento se acendeu a centelha escarlate
Velhas canções cultuadas em antigas percepções
Trazendo sentimentos novos
Diversificando-se em diferentes versões
De mim e do que vejo
Acaso ou missão?
Graça ou insanidade?
A memória constrói uma ponte um vínculo
Onde ela e a intuição atravessam juntas
Por uma corredeira de lembranças
Mágoas sorrisos e andanças
Não trago comigo a saudade
Apenas deleitosas imagens
Cenas e faces se agregam em odores
Gatilhos que despertam a memória
Sem licença ela te envolve no sorriso roubado
Ou te fere arrancando-lhe a essência da flagrância
Mas a arte nos brinda em cálice de vinho
O poder de encantar a poesia
Sem qualquer necessidade
De caminhar ao lado de Lucy
Em seu céu envolto de diamantes
Na estrada de tijolos amarelos
Temos a canção que nos droga
De forma limpa por dentro da mesma viagem
Arrisco então em insistir em escrever
Em plena luz do dia longe dos braços da madrugada
Em minha própria presença
Danada esta ousadia
Eu lhe fiz pelas lágrimas da chuva
Te moldei pelo barro da irmã terra
Sequei-te ao fogo de minha loucura
E te devolvi como brisa que impulsiona
A neblina que envolve seus olhos
No meu sonho quando ouvir o pio da coruja
Anunciando que a hora se aproxima
Quero deitar sobre a cauda do piano
Criar a melodia e fundir-me a música
Essa misteriosa poesia
Junto ao som da flauta
Sentir o compasso pouco a pouco diminuir o seu volume
Ser recebido pelo cortejo das corujas
E partir...de volta ao fogo
Na esperança de ser acolhido
Nas asas do grande condor.
Deus nos abençoa todos os dias
Carlos Correa
Comentários
Bela composição.
Aplausos!
Obrigado Alcebíades, grande abraço
Poeta Carlos inspiradissima e bela poesia adorei ler...
Obrigado Eudalia pela atenção de sua visita, Deus a abençoe
Maravilhoso poema. Me encantei com cada verso.
Parabéns, Carlos!
Abraço
Olá Marcia, muito obrigado pela presença, fica com Deus