Passei quase uma existência esperando
Na beira do trilho na plataforma de algum lugar
Lembro quando vi aqueles olhos vermelhos chegando
Havia uma neblina que os cercava havia orgulho falta de ar
Aproximei as palmas de minha mão e levei-as ao meu rosto
Me agachei pensei em correr noutra direção o tempo não permitiria
Como num filme barato de roteiro e palavras pálidas de desgosto
Eu realmente pedi que ele passasse direto por essa estação ímpia
Eu não queria entrar naquele trem construído com o aço de minhas falhas
E ao apito sombrio de sua parada senti todo ácido de minhas veias escapar
Minhas roupas molhadas e corroídas me lembravam uma velha mortalha
E quando o bilheteiro mostrou meu nome aceitei que teria de embarcar
Por alguma razão o maquinista deu a partida e não esperou que subisse
Pude ver o bilheteiro esticar o pescoço e fazer um aceno antes de sumir
Desde então tento andar em outras linhas lembro de algo que me disse
Com o seu olhar algo como uma chance um caminho novo que deveria seguir
Obrigado Senhor Maquinista por acreditar em nós
Carlos Correa
Comentários
Parabéns pela poesia de tanto significado!
Obrigado querida Editt !! Deus a abençoe
Deus não nos abandona.
Muitas vezes somos nós que desistimos
rápido demais e o abandonamos.