Reflexão de Maria da Glória  

Reflexão de Maria da Glória   

Reflexão de Maria da Glória

 

Te confidenciava assuntos de minha vida simples, e você entendia, até retornava com palavras. Queria que me retornasse palavras para assuntos de minha vida complexa que eu nem conhecia e nada e nunca me dera qualquer retorno. Furiosa me contorcia mentalmente por sua falta de sensibilidade. Nunca soubestes e nem me dissestes que eu estava menstruada ou excitado tal a tua ausência. Queria sumir por entre dentro à mata, ser abduzida pelos insetos sujos. Tornar um inseto uma liberdade e afirmação de meu ser, indigno, agora pleno na floresta. Um inseto hermafrodita.

Teus carinhos até o meu tórax nem me enxergavam nua. Pouco caso de minhas aflições e angústias queria um divórcio litigioso, letal para atingir tua rasa e rala alma. Nunca quis te trair em tuas costas...Me negava ao antinatural.

Quando partiste por excessos de vazios aqui fiquei em minha floresta como sensível inseto, enfim.

 

Fim

Antonio Domingos

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP