Reserva de delírios

 A rua brilha sobre essa garoa mansa e vejo siluétas e intenções, 

 

O céu derrama choros como rios que vão escorrendo tristes sobre telhas e bueiros,

 

O silêncio e as goteiras apagam os ecos de murmúrios e despedidas, 

 

Agora busco o sol como em outros tempos porque estou cheio de dúvidas mortas,

 

Levanto espantado sabendo que meu passado estéril ficou ali, entre quadros e almanaques, 

 

Já não existem carências nem aquele antigo medo real que quasse doía, compreendo a duras penas que é impossível viver sempre de ranço e de rancor,

 

Encontrei na minha reserva de delírios outros sonhos resucitados, flamantes ásperos e contínuos, 

 

Organizei meu horizonte nesse último exílio, sem chorar o tempo, limpando vaidades.

 

 

 

 

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Diego Tomasco

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