Rio renegado

Há canções que parecem de amor
Quando na verdade traduzem o que sente o coração
Trazem à superfície toda aquela dor
Como um trator remoendo a terra ou a bala de um canhão

Qual de nós não chorou?
Eu chorei muito, vocês não?
Qual de nós não conheceu o país da insanidade?
Eu morei por lá como se fosse meu lar eternidade

Posso estar errado quem aqui tem toda razão?
Não há vítimas muito menos culpados
Eu aprendi a cair com isso pude ainda sorrir
Tenho medo algumas coisas nunca mudam

Mas tolo é aquele que acredita na certeza do hoje
Ele pode trazer a mesma canção em letras diferentes
Ou trazer os mesmos versos em ritmos novos
Ainda assim o que fizer agora será a colheita de amanhã

... mas o amanhã pode não ser tão perto...

Não pensarei nisso agora
Apenas sei que isso não é uma canção de amor
E ainda assim posso estar mesmo equivocado
Quem entende a linguagem dos renegados?

Não importa se o rio é longo e profundo
Porque sejam quais forem as suas curvas sua direção
Terei sempre vivo em meu coração esse sentimento
E sei que a gente não esquece nunca de onde veio

...afinal quem vai saber se essa é ou não uma canção de amor?...

Fiquem com Deus
Carlos Correa

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