Por muito tempo acreditei ser cego
Cercado por uma escuridão sólida
Atento aos passos de um morcego
O som sempre foi minha única saída
E um dia eu conheci o mar...
De longe como quem vê distante o horizonte
Percebi seus olhos azuis iluminando minha turvação
Logo tive a sede insustentável de encontrar a fonte
Do gosto salgado de meus olhos numa estranha sensação
E um dia eu conheci o amanhecer...
Junto à onda que se formava meu chão se tornava areia
A noite aos poucos se tornava uma cor que não conhecia
Enquanto meu peito se enchia de um perfume de maresia
Até que tocou meu corpo explodindo num abalo de euforia
E um dia eu conheci o adeus...
Nos teus olhos vestidos de oceano conheci a tranquilidade
No teu corpo naveguei néctar dos mares tranquilos dos Almirantes
Fui capitão e náufrago naveguei até o horizonte mais distante
E quando você disse adeus num beijo salgado restou-me a saudade
E um dia eu voltarei ao mar...
Deus abençoe tudo que amanhece
Carlos Correa
Comentários
MARAVILHOSO poema, Carlos. Parabéns! DESTACADO.
Te agradeço de coração, fica com Deus minha amiga