Tateio
Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.
Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.
Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
Hilda Hilsth
*21 de abril de 1930, Jaú -São Paulo
+04 de fevereiro de 2004, Campinas - São Paulo
Teve uma vida dedicada, principalmente, à poesia, mas, também, escreveu narrativas e peças de teatro. Suas obras são caracterizadas pelo monólogo interior, erotismo e questionamentos existenciais.
Lilian Ferraz
03/11/2023
Comentários
Bravo! Obrigada pela partilha.
Grata, Margarida. Bjs
Lindíssimo poema em Bela homenagem
Parabéns por todas publicações desta série
Abraços fraternos
Agradeço o carinho. Abraços
Parabén amiga Lilian! Abraços!
Grata, querida. Bjs
Oi Lilian:
Um primor de poesia recordando esta bela poetisa.
Tua sempre presença, revelando poetas e poetisas, que já tornaram esse mundo, melhor.
Parabéns, amiga
Abraços
Bridon
Gratidão caro poeta 🌹